Dados do Informativo Anual da Mineração Baiana apontam paralisação das duas principais minas do estado como principal motivo da queda no ano.

Na contramão do setor mineral brasileiro e mundial – em momento de recuperação de demanda, que após cinco anos registra alta nos valores das matérias primas – a mineração baiana registrou retração de 12,6% na Produção Mineral Baiana Comercializada (PMBC), fechando o ano com valor de R$ 2,2 bilhões, contra R$ 2,5 bilhões em 2015.

Segundo dados do Informativo Anual da Mineração Baiana 2016, divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado, o resultado foi agravado pela paralisação das duas maiores minas em produção na Bahia – de níquel e de cobre – que resultou, ainda, na eliminação de 1.139 postos de trabalho. Historicamente os dois minerais eram líderes no ranking da produção mineral no estado.

A produção de níquel de Itagibá, da Mirabela Mineração do Brasil, foi suspensa em 2016, a fim de assegurar rentabilidade à mineradora, motivada pela baixa cotação dessa commodity no mercado global, cujo preço internacional ficou incompatível com os custos de extração e concentração do minério.

O provável retorno da exploração do metal é esperado no segundo semestre de 2017.

Em Jaguarari, as fortes chuvas que caíram entre o final de 2015 e início de 2016, inundaram a mina subterrânea de cobre explorada pela Caraíba Mineração, deixando submersos 70% dos equipamentos da empresa. Com a paralisação da produção, a mineradora vivenciou um longo período de recuperação judicial.

Além do cobre e níquel, tiveram comercialização menor que em 2015 os agregados para a construção civil, em razão da queda do setor de construção, que viu sua demanda despencar 44% entre 2014 e 2016, segundo a Associação Nacional de Produtores de Agregados para a Construção Civil – ANEPAC. Cromita, bentonita, ferro entre outros sofreram o mesmo movimento de retração.

Como resultado, o estado também teve parte de suas receitas sustentadas pela arrecadação da CFEM reduzidas. O decréscimo na arrecadação do imposto foi de 17%, fechando o ano com valor total de R$ 32,9 milhões.

O estado encerra 2016 na 6ª posição entre os estados arrecadadores de CFEM do país, ficando atrás de Minas Gerais, Pará, Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul, com 1,8% da arrecadação nacional. Em termos regionais ocupou o 1º lugar entre os maiores arrecadadores da região Nordeste, seguido por Sergipe e Ceará.

Exportações

Em 2016, o corredor de comércio exterior do setor mineral baiano chegou a US$ 1,272 bilhão, sendo cerca de 15% menor que em 2015. As exportações somaram US$ 547 milhões, enquanto que as importações US$ 725 milhões, resultando em déficit de US$ 178 milhões.

No ano, as exportações cresceram cerca de 19%, fechando em US$ 547 milhões. As remessas ao exterior estiveram pautadas na comercialização de ouro (Canadá, Suíça), outros metais preciosos (Alemanha e Bélgica), magnesita (sendo os maiores compradores Holanda, EUA, Alemanha, Áustria, Colômbia), vanádio (Coréia, Holanda, Canadá, EUA, Japão e Índia), níquel (China e Finlândia), rochas ornamentais (Itália, China, Taiwan, EUA, França e outros 16 países), diamantes (Emirados Árabes) e cromita (China).