Anglo American substitui óleo por eucalipto em novo projeto

Foto: Divulgação / Anglo American.

Projeto Fornalha usa cavaco de eucalipto para geração de gás quente em secagem de minério.

Buscando a sustentabilidade, a mineradora Anglo American inova e começa a substituir óleo derivado do petróleo por eucalipto na geração de gás quente no forno de secagem de minério. A ação acontece no Projeto Fornalha, da Codemin, operação da Anglo American que produz níquel na cidade de Niquelândia (GO).

Iniciado no mês de agosto, a operação utiliza uma fornalha com cerca de 3 metros de largura, 6 metros de comprimento e 4 metros de altura, possui capacidade de geração de 4,5 gigacalorias por hora (Gcal/hora), provenientes da queima do cavaco de eucalipto, um combustível renovável.

“Levamos cerca de 18 meses para implantar a nova fornalha, com um investimento de R$ 9 milhões”, conta o gerente de processos, José Antônio Rodrigues Júnior. O executivo explica que a economia gerada pelo uso do cavaco de eucalipto no lugar do óleo é da ordem de R$ 3 milhões por ano.

A queima do eucalipto no lugar do óleo mineral reduz significativamente a emissão de gás carbônico e seu impacto na atmosfera. São utilizadas 750 toneladas de cavacos de madeira por mês para aquecer o secador de minério. O novo combustível vem das florestas de eucalipto mantidas pela empresa também em Niquelândia, em um processo constantemente renovável.

A fornalha utilizada no processo é uma caixa refratária com uma grelha inferior, onde há a queima do cavaco e a geração de gases quentes. Os gases são insuflados no forno secador de minério. Entre as principais peças que compõem a fornalha estão ventiladores, dutos de ar e de gases e uma câmara de equalização dos gases, que tem a função de garantir a temperatura desejada.

Segundo a mineradora, a ideia surgiu no setor de Processos da Codemin, que levantou a possibilidade de se utilizar o cavaco de eucalipto, que já era utilizado como agente redutor de minério, para geração de gás quente no forno secador de minério, substituindo o óleo 1A, um combustível viscoso proveniente da destilação das frações do petróleo.

Os cálculos de viabilidade técnica e econômica foram realizados e, em seguida, aprovados pela empresa. “A partir daí, a equipe de engenharia entrou em ação, detalhando todo o projeto, fazendo as aquisições necessárias, montagem e início do novo sistema ”, explica o coordenador de projetos Marcelo Ito.