Indústria brasileira do aço não se recupera em 2017

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De acordo com balanço do Instituto Aço Brasil, as vendas internas aumentaram 1,5%, bem abaixo do necessário para compensar a queda de 32,2% dos últimos quatro anos.

A indústria brasileira do aço ainda sofre com as consequências da crise econômica pela qual o país vem passando. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil (IAB) nesta quinta-feira (30), esta é a “pior crise da história” do setor no Brasil. Segundo a entidade, de janeiro a outubro as vendas internas aumentaram 1,2%, índice pequeno para compensar a queda acumulada de 32,2%, de 2013 a 2016.

A produção deve aumentar 9,2% em relação a 2016, devido ao início das operações da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), enquanto que o consumo aparente deve crescer 5,2% ao fim de 2017, suprido pelas importações, que devem encerrar o ano com crescimento de 33,5%.

“Tal fato reforça a necessidade do Governo brasileiro estar atento a medidas ágeis e eficazes de defesa comercial contra práticas abusivas de comércio praticadas por outros países, como é o caso do antidumping de bobinas a quente”, salientou o IAB em comunicado à imprensa.

Ainda segundo o Instituto, para se manter no nível mínimo de operação, as empresas nacionais estão investindo em exportação. Por este motivo, a entidade estima que as exportações cresçam 14,5% em 2017, em comparação como ano anterior. Um fator que pesa para tal aumento é, mais uma vez, as exportações da CSP.

Medidas políticas

A entidade que representa a indústria nacional do aço ainda ressalta que é necessária a correção de “assimetrias competitivas, como elevados custos financeiros e cumulatividade de tributos e concretize as reformas trabalhista e tributária. Outra questão relevante é a elevação da alíquota do Reintegra para 5% para ressarcir os resíduos tributários embutidos nas exportações dos produtos brasileiros”. Para o IAB, sem essas ações, a estimativa é que as vendas de aço no mercado interno só retornem aos níveis de 2013 em 2028.

O setor também espera que o governo implemente as obras de infraestrutura, assim como sejam mantidas as regras de conteúdo local como sinais de alento no médio prazo para a indústria no Brasil.