Vale monitora atividades de botos-cinza no Rio de Janeiro

Botos-cinza na baía de Sepetiba - Foto: Reprodução Instituto Boto Cinza.

Mineradora utiliza equipamentos tecnológicos para avaliar o impacto da empresa na vida dos animais .

Como parte de suas ações em prol do meio ambiente, a Vale tem desenvolvido trabalho com botos do litoral carioca. A mineradora monitora, há mais de uma década, as atividades dos botos-cinza da Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro.

O objetivo do monitoramento é assegurar que a atividade da empresa no local não impacte a vida desses animais, além de fazer uma estimativa populacional da espécie. O trabalho é feito com equipamentos como drones, que fazem imagens de qualidade à grandes distâncias, e hidrofones, que capturam sons embaixo d’água.

“Nossa principal constatação até aqui é de que as atividades das embarcações da Vale não têm interferência na qualidade de vida dos botos-cinza da Baía de Sepetiba”, conta a analista de Sustentabilidade, Ângela Araújo.

Monitoramento

No programa, os locais, os dias e os horários das atividades dos botos-cinza são mapeados. Seguindo essas informações, uma equipe da Vale coloca os hidrofones nas posições corretas e registram os sinais sonoros que os botos-cinza trocam entre si.

Com os dados, é possível saber a quantidade de animais que está naquele local e identificar hábitos como o de caça, por exemplo. “Conseguimos detectar um cardume de peixes passando e, logo em seguida, um grupo de botos. Isso significa que eles estão atrás da refeição do dia”, conta Ângela.

De acordo com a Vale, recentemente a equipe de monitoramento iniciou uma coleta de dados buscando mais do que uma análise de preservação ambiental. “Estamos observando a presença de botos-cinza de outras regiões e queremos mapear melhor esse comportamento migratório”, explica a analista.

A equipe também tem estudado a acústica dos botos. Segundo a mineradora, em outras espécies semelhantes, já foi registrado que o assovio de cada animal seria único, como uma assinatura, e a intenção é estabelecer essa mesma teoria com os botos-cinza da Baía de Sepetiba. De acordo com a Vale, o que se descobriu é que o som emitido pelas embarcações não interfere na comunicação entre eles.

“Outro aspecto observado é com relação ao acasalamento dos botos-cinza. Foi registrado que eles acasalam o ano todo e, por isso, novos botos nascem o tempo inteiro na Baía de Sepetiba. Isso interfere diretamente no equilíbrio da população de botos-cinza, que são vítimas de redes ilegais de pesca, a maior causa de morte da espécie na região”, afirma a mineradora em nota.