País ultrapassa o Canadá com um total de 12,76 GW de capacidade instalada.

O Brasil passou o Canadá, e subiu mais uma posição no ranking de capacidade instalada de energia eólica ficando em oitavo lugar no mundo. Os dados são do elaborado pelo Global World Energy Council (GWEC), divulgados na semana passada.

Foram adicionados 52,57 gigawatts (GW) de potência eólica à produção mundial em 2017, com um total de 539,58 GW de capacidade instalada. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) desse total, 12,76 GW são do Brasil. A presidente da associação, Elbia Gannoum, reforça esse avanço.

“O Brasil vem galgando posições no Ranking Mundial de Capacidade Instalada Total de Energia Eólica de forma consistente. Em 2015, nós entramos no Ranking em 10º lugar e, desde então, subimos uma posição por ano”, diz.

Na colocação de nova capacidade instalada no ano, o país aparece em sexto lugar, como informa a Abeeólica, tendo instalado 2,02 GW de nova capacidade em 2016. Nesta categoria o Brasil caiu uma posição devido ao Reino Unido ter subido do nono para quarto lugar, porque instalou 4,27 GW de capacidade de energia eólica em 2017.

“Neste ranking, o que conta é o resultado específico do ano, então há bastante variação. Em 2012, por exemplo, estivemos em oitavo lugar e em 2015, ano de instalação recorde até agora para nós, estivemos em quarto lugar. A tendência é que a gente ainda oscile mais, visto que em 2019 e 2020 nossas instalações previstas são menores porque ficamos sem leilão por quase dois anos no período 2016/2017, o que vai se refletir no resultado de 2019 e 2020”, explica a presidente da Abeeólica.

O Brasil tem mais de 500 parques eólicos e abastece por volta de 10% de toda energia consumida nacionalmente. Juntando todos os leilões realizados, até 2020 o país terá 18,63 GW instalados.

Elbia destaca que o território nacional tem boa capacidade para a produção de energia eólica. “Nos últimos anos, e especialmente no ano passado, as eólicas salvaram o Nordeste de um racionamento em tempos de reservatórios baixos e com bandeira vermelha.
O Brasil tem um dos melhores ventos do mundo para produção de energia eólica e nosso fator de capacidade, que é a medida de produtividade do setor, passa do dobro da média mundial”, afirma.

Em nota, o secretário Geral do GWEC, Steve Sawyer, avalia que o crescimento de energia eólica no mundo tende a crescer ao longo dos próximos anos.

“A energia eólica é a tecnologia com preços mais competitivos em muitos mercados pelo mundo, se não for na maioria deles, e o surgimento dos parques híbridos com energia eólica e solar, um gerenciamento de grid mais eficiente e tecnologias de armazenamento cada vez mais acessíveis começam a pintar uma imagem do que será um setor de energia completamente livre de fósseis”, aponta.

*Sob supervisão de Sara Lira.