Operação contra garimpo ilegal é realizada no Pará

Região da Floresta de Crepori onde ocorria a extração ilegal. Foto: ICMBio.

Ação foi desempenhada entre os dias 1º e 4 de maio na Floresta Nacional do Crepori e na Terra Indígena Munduruku, em Jacareacanga (PA).

Trinta e quatro autos de infração, no valor total de R$ 49,4 milhões, foram aplicados mineradores que desempenhavam a atividade ilegal no Pará, após a operação Pajé Branco. Ação foi determinada pelo Ministério Público e teve como objetivo combater a exploração mineral ilegal no interior da Floresta Nacional do Crepori e da Terra Indígena Munduruku, ambas situadas no município de Jacareacanga (PA).

A ação envolveu 50 agentes do Instituto Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Polícia Federal, com apoio da Polícia Militar do Pará e da Força Aérea Brasileira (FAB). De acordo com o ICMBi,o a área de mineração teve que ser acessada por vias aérea e fluvial, devido a inexistência de estradas para a região.

“Desta forma, para melhor execução da operação foram utilizados 3 helicópteros do Ibama e 1 Black Hawk da FAB, que percorreram diariamente mais de 400 quilômetros para ter acesso ao local, sendo necessário um ponto de reabastecimento montado no interior da Flona do Jamanxim, Unidade localizada entre a sede de Novo Progresso e a Flona do Crepori”, destacou o instituto.

No total, ainda foram apreendidas oito escavadeiras hidráulicas e um trator, e a área de 185,52 hectares foi embargada.

De acordo com o ICMBio, a Floresta Nacional do Crepori possui 740.661 hectares e tem como objetivo básico promover o manejo de uso sustentável dos recursos florestais, a manutenção e a proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade, bem como o apoio ao desenvolvimento de métodos de exploração sustentável dos recursos naturais.

A analista ambiental da Flona, Mila Ferreira, afirma que a exploração mineral ilegal, que aumenta desde 2013, impede que estes objetivos sejam alcançados, devido ao desmatamento feito. Ela destaca que para praticar a ação ilegal os equipamentos custam em média R$ 500 mil.

“A utilização destes equipamentos, além de suprimir a vegetação, impacta os corpos hídricos e traz à superfície o mercúrio endógeno típico da região do Tapajós, disponibilizando-o para entrar na cadeia alimentar e contaminar os seres vivos locais, incluindo a população humana”, finaliza a analista.

*Sob supervisão de Sara Lira