Anúncio de que estatal reduziria em 10% o preço do diesel não foi bem aceita pelo mercado financeiro.

A paralisação de caminhoneiros em todo o país contra a atual política de preços da Petrobras para o diesel, afetou as ações da estatal. Após a empresa anunciar que irá reduzir em 10% o valor do diesel nas refinarias a partir desta quinta-feira (24) devido aos protestos dos transportadores, as ações da instituição na bolsa brasileira despencaram.

De acordo com informações da agência de notícias Reuters, às 13h25, as preferenciais caíam 14,5% e os papéis ordinários perdiam 14%. Já o principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa recuava 1,7%. Segundo a Reuters, analistas cortaram a recomendação dos papéis da estatal, justificando preocupação com o aumento dos riscos de interferência política na empresa. Entre as instituições que rebaixaram a avaliação dos papéis estão Credit Suisse, Morgan Stanley e Itaú BBA.

A paralisação dos caminhoneiros começou na segunda-feira (21) e ocorre em diversas rodovias do país. Sem o transporte rodoviário de cargas, vários serviços econômicos começam a ser impactados. Em muitas cidades brasileiras o combustível está escasso ou indisponível, por exemplo.

Para tentar sanar o problema, na noite de quarta-feira (23), a Petrobras aceitou reduzir em 10%, equivalente a R$ 0,2335 por litro, o valor médio do diesel comercializado em suas refinarias a partir desta quinta-feira. A medida é temporária e irá durar 15 dias para que governo e representantes dos caminhoneiros negociem um acordo definitivo para o fim da greve.

“Na visão da Petrobras, esta negociação passa necessariamente pela discussão de reduções da carga tributária federal e estadual incidente sobre este produto, uma vez que representam a maior parcela na formação dos preços do combustível”, informou a estatal, por meio de nota.