Número de óbitos por rompimento de barragem chega a 11.

Dos 345 desaparecidos após rompimento de barragem na Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho nesta sexta-feira (26), todos funcionários da empresa, 46 foram encontrados e encaminhados para unidades de saúde, segundo o Corpo de Bombeiros. 299 permanecem sendo procurados. O número indicado pela Vale, no entanto, é de 412 colaboradores, entre próprios e terceirizados. O número de desaparecidos também tende a ser maior, pois nessa lista não estão contabilizados moradores de Brumadinho e hóspedes de uma pousada atingida pela lama.

O número de mortos já chega a 11. Um grupo de pessoas sem vida foi encontrado dentro de um ônibus, mas o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais ainda não informou quantas vítimas estão dentro do veículo. Sabe-se, apenas, que eram funcionários da empresa.

“Os Bombeiros já retiraram outros corpos e, pelas características do acidente, irá superar o de Mariana”, disse
porta-voz da corporação, tenente Pedro Aihara.

O Corpo de Bombeiros também atua dando socorro a famílias ilhadas. No total, 86 estão cadastradas em zonas de alto salvamento (treinamento em ponto alto para serem socorridas). Destas, duas foram contatadas e resgatadas. As demais, permanecem aguardando, devido à ausência de energia elétrica, sinal de telefonia e internet, que dificultam a localização exata das vítimas.

Rio Paraopeba

Ainda conforme o tenente Aihara, a lama já chegou ao rio Paraopeba, curso que auxilia no abastecimento da região. A Copasa informou ontem que interrompeu a captação de água após o acidente e as cidades estão sendo abastecidas por outras represas.

“Os rejeitos atingiram o contra-fluxo e se estendiam por cerca de dez quilômetros”, disse.

O rio passa por 48 cidades mineiras. A chegada dos rejeitos já alterou a cor do trecho e provocou a morte de peixes. Isso porque a lama “represou” alguns trechos, reduzindo o nível de água da bacia.

Doações

Não são mais necessárias doações para atingidos de Brumadinho. De acordo com o tenente coronel Flávio Godinho, que coordena a Sala de Comando de Operações, o que se tem já é o bastante para as vítimas no momento.

“As doações já são suficientes para fazermos um trabalho de socorrimento humanitário. Por isso, nesse momento não há necessidade de receber donativos”, afirmou. Em qualquer mudança ou necessidade, a Defesa Civil informou que irá comunicar à população.

Informações sobre desaparecidos

Familiares que querem informações sobre desaparecidos devem ir até a Estação do Conhecimento, próximo à faculdade Asa, em Brumadinho. No local estão sendo reunidos todos os dados referentes a essa questão.

“Lá será o ponto de apoio para dar informações para os familiares de pessoas desaparecidas, desalojadas e desabrigadas”, informou o tenente coronel Godinho..

Atualizada às 16h00 de sábado (26/1).