Setores de ferroligas e silício começam a se recuperar

Contratos externos e competitividade do mercado internacional contribuem para crescimento.

Os setores de ferroligas e silício operam com 60% de sua capacidade indicando uma recuperação desses mercados, que foram fortemente impactados pelos crises políticas e financeiras dos últimos dois anos no Brasil. Em 2015, chegaram a operar com 20% de sua capacidade.

Em 2016, no entanto, houve crescimento de cerca de 80% em relação a 2015. O nível de ociosidade caiu de 80% para 40% motivado pelo retorno da produção industrial. Junto a esse crescimento, foi registrado um aumento de 50% nos contratos com o mercado externo em 2017 em relação a 2016.

Segundo especialistas, um fator que também pode ter contribuído para esse crescimento é o alto valor do dólar, que fez o mercado externo se tornar mais competitivo. Os principais mercados de ferroligas são os Estados Unidos, Europa, Ásia e América do Sul.

Atualmente, 60% do que é produzido pelas indústrias mineiras de ferroligas e silício metálico é exportado. Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em 2014, Minas Gerais exportou R$ 1,7 bilhão em produtos do setor.

Negociações com o mercado de energia também contribuíram para essa retomada de fôlego. Como as indústrias de ferroligas e silício metálico são dependentes desse setor, contratos com o megawatt-hora (MWh) mais em conta contribuem com a produção.

Ferroligas

O setor de ferroligas pode ser dividido em quatro segmentos: manganês, silício, cromo e níquel. A produção de ferroligas depende das variações do mercado siderúrgico e dos custos da energia elétrica, fatores que determinam o grau de competitividade da região produtora.

No Brasil, o estado que mais se destaca no setor é Minas Gerais, pois possui um número maior de matérias primas, mão de obra e estabelecimentos da área.

O setor tem grande relevância econômica e social, sendo responsável pela geração de 80 mil empregos no país e por uma arrecadação de impostos de R$ 1,4 bilhão por ano. Considerando uma média histórica até 2015, o setor fatura R$ 8,7 bilhões por ano.