Para a empresa, produtores de cobre devem ser os primeiros a sentir o boom da inovação automobilística.

Seguindo a tendência da produção de veículos elétricos já endossada pela montadora Volkswagen, a mineradora anglo-australiana BHP afirma que a mineração pode se beneficiar com a virada desse mercado.

No último dia 26, o diretor-executivo comercial da mineradora BHP, Arnoud Balhuizen, afirmou que o impacto da nova demanda deve ser sentido entre os produtores de matérias-primas, com primeiros efeitos no mercado de metais e só depois no de petróleo.

“Em setembro de 2016 nós publicamos um blog e colocamos a questão: poderia 2017 ser o ano da revolução do veículo elétrico? A resposta é sim, 2017 é o ano da revolução sobre a qual nós temos falado. E o cobre é o metal do futuro”, afirmou Balhuizen.

De acordo com o diretor comercial, o mercado mineral subestimou o impacto sobre o cobre, uma vez que os veículos que são inteiramente elétricos exigem quatro vezes mais cobre do que os carros com motores a combustão. Entretanto, Arnoud afirma que a BHP consegue se garantir por ter ativos nas minas de Escondida e Spence, no Chile, e Olympic Dam, na Austrália.

Atualmente, existem cerca de 1 milhão de carros elétricos, em uma frota global de quase 1,1 bilhão de veículos. Segundo a mineradora, esse número pode chegar a 140 milhões de veículos até 2035, uma previsão que ela admite estar no limite de suas projeções “mais verdes”.

“A realidade é que um veículo elétrico de médio porte ainda precisa de subsídios para competir, então vai depender das baterias, da política, da infraestrutura”, disse Balhuizen.

Segundo ele, os produtores de cobre serão os primeiros a sentir os efeitos da nova demanda, que pode ser mais alta do que a oferta atual, uma vez que grande parte das minas do mundo estão envelhecendo e nas últimas duas décadas não houve nenhuma grande descoberta.