Moradores de 10 comunidades da cidade participaram de exercício que prepara a população em caso de rompimento de barragens.
No sábado, 18, 10 comunidades dos municípios de Mariana e Barra Longa, em Minas Gerais, participaram de exercícios de autoproteção em caso de rompimento de barragens. Segundo a Secretária de Governo de Minas Gerais (Segov), o objetivo era preparar tanto as comunidades quanto os órgãos do sistema de proteção e defesa civil para possíveis acontecimentos como o de 2015.
Cerca de 350 pessoas participaram, divididas entre moradores das comunidades de Camargos, Ponte do Gama, Paracatu de Cima, Paracatu de Baixo, Borba, Pedras, Campinas, Barreto, Gesteira e Barra Longa, onde o simulado aconteceu.
A ação foi uma continuidade aos exercícios realizados em 2016, quanto o desabamento da barragem de Fundão, da Samarco, completava um ano. A atividade foi realizada com o apoio da mineradora, que forneceu a infraestrutura, e das coordenadorias municipais de Defesa Civil de Mariana e Barra Longa.
O exercício de evacuação contou com acionamentos de sirene, que apontam perigo eminente nas comunidades após o rompimento de alguma barragem próxima. Em seguida, as comunidades seguiram para pontos de encontro previamente determinados pelas defesas civis estadual e municipais de Mariana e de Barra Longa.
A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) afirma que o objetivo de atividades como a de simulação é “fortalecer a resiliência das comunidades e fomentar o protagonismo local e comunitário, além de servir de experiência e aperfeiçoamento para novos testes e preparo para possíveis situações reais”.
Afetados serão ouvidos
Na quinta-feira, 16, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) firmaram um aditivo ao acordo fechado em janeiro com a Samarco e as sócias Vale e BHP Billiton. O aditivo busca inclusão maior dos afetados pelo desastre nas discussões sobre o assunto.
A minuta prevê a participação dos atingidos nas decisões a serem tomadas pela Fundação Renova, instituição independente que tem como objetivo desenvolver e aplicar ações de reparação nos danos causados pelo rompimento da barragem.
O aditivo determina a disponibilização de assessorias técnicas para afetados ao longo da bacia do Rio Doce, para avaliar a situação e realizar um diagnóstico dos danos socioeconômicos.
O documento deverá ser homologado pela Justiça. Com a validação, a Samarco e as sócias deverão contratar o Fundo Brasil de Direitos Humanos, que dará assessoria aos atingidos e será responsável por apoiar todas as ações necessárias à realização das audiências públicas a serem realizadas.