Segundo relatório financeiro divulgado pela petroleira, endividamento é o menor dos últimos quatro anos.

A Petrobras divulgou nesta quinta-feira (15) os resultados financeiros de 2017 que apontaram o menor prejuízo dos últimos quatros anos. Ainda assim, a dívida da empresa fechou em R$ 446 milhões.

O lucro líquido alçado pela empresa chegou a R$ 7,089 bilhões, mas as despesas extraordinárias, especialmente o acordo de R$ 11,198 bilhões para o encerramento da ação coletiva de investidores nos Estados Unidos e a adesão a programas de regularização de débitos federais, no total de R$ 10,433 bilhões, tiveram um resultado significativo.

O desempenho das operações foi mais que o dobro de 2016, com o total de R$ 35,624 bilhões. A petroleira apresentou uma redução de R$ 16,4 bilhões em comparação com 2016 nas reavaliações dos ativos da companhia, sendo o fator que mais contribuiu na melhoria do lucro operacional.

Já em 2017 essa despesa foi afetada negativamente por registros de reavaliações dos ativos da companhia no setor de fertilizantes que levaram a uma baixa contábil de R$ 1,3 bilhão. O resultado operacional foi ainda favorecido pela queda de 10% nos custos operacionais gerenciáveis, pela alta de 24% no preço do petróleo no mercado internacional, bem como um ganho de exportações.

“Estamos numa trajetória consistente de recuperação, seguindo à risca o que nos propusemos no nosso plano de negócios. Os maiores impactos no balanço de 2017 refletem despesas não recorrentes que reduziram incertezas e riscos em relação ao futuro da companhia”, afirmou, em nota, o presidente da Petrobras, Pedro Parente.

Em 2017 a dívida líquida foi reduzida para US$ 84,871 bilhões, sendo o menor valor registrado desde 2012. Com a gestão ativa de dívida a empresa também aumentou o prazo médio de vencimento de 7,46 para 8,61 anos e reduziu a taxa média de juros de 6,2% para 5,9%.

Além disso, a despesa anual de juros da Petrobras caiu de R$ 25,6 bilhões em 2016 para R$ 22,3 bilhões em 2017.

Ganhos em venda

No ano passado a petroleira adquiriu R$ 6,3 bilhões com a venda da nova Transportadora do Sudeste (NTS). Ela também superou todos os apontamentos relativos a fraquezas materiais e apresenta pela primeira vez um relato integrado de suas operações.

Já o fluxo de caixa livre foi positivo pelo décimo primeiro trimestre consecutivo, alcançando R$ 44,064 bilhões, um volume 6% superior ao ano anterior.

Meta de Produção

A companhia bateu pelo quarto ano seguido o recorde de produção no Brasil e alcançou, pelo terceiro ano consecutivo, sua meta de produção.

O volume de produção total de petróleo e gás natural foi de 2,767 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe), sendo 2,655 milhões boe no Brasil, mesmo com a venda de ativos no Brasil e no exterior.

A venda de derivados no país caiu 6% em comparação a 2016. A produção foi de 1,800 milhão barris por dia (bpd) e a venda alcançou 1,940 milhão bpd, devido ao aumento das importações por terceiros.

Aumento das exportações

A companhia aumentou em 32% o volume de exportações de petróleo e derivados, a preços mais elevados pela alta do Brent no mercado internacional, e reduziu em 18% as importações. Manteve, ainda, sua posição de exportadora líquida, com saldo de 361 mil barris por dia (bpd) em 2017, contra 167 mil bpd em 2016.

*Sob supervisão de Sara Lira