Foi ele quem viabilizou a construção do Porto de Tubarão, no Espírito Santo e o projeto Carajás.
Morreu na noite desta segunda-feira (18) o ex-ministro e ex-presidente da Vale, Eliezer Batista. Ele tinha 94 anos e faleceu em decorrência de uma insuficiência respiratória aguda, conforme informações do Hospital Samaritano, onde ele estava internado.
O engenheiro nascido em Nova Era (MG), foi o primeiro funcionário de carreira da empresa a chegar a presidência da companhoa. O posto foi ocupado, pela primeira vez, entre 1961 e 1964, por indicação do então presidente Jânio Quadros. Na época, Batista idealizou o Porto de Tubarão, no Espírito Santo.
A planta permitiu dobrar o volume de exportações da Vale. Nesse mesmo período, a Vale assinou os primeiros contratos de longo prazo com dez siderúrgicas japonesas, que previam o fornecimento de 50 milhões de toneladas de minério de ferro por um período de 15 anos. Em troca, os japoneses ajudaram a construir o Porto. Eliezer acumulou o cargo ao posto de ministro de Minas e Energia, entre 1962 e 1964, mas foi deposto pelo governo militar após o golpe de 1964.
Foi ele quem inovou na criação do modelo mina-ferrovia-porto, superando o desafio logístico de fazer chegar o minério de ferro ao Japão, o maior consumidor da commodity na época, a preços competitivos.
Em 1979, Batista voltou à presidência da Vale para implantar o Projeto Grande Carajás, no meio da selva amazônica. Orçado em US$ 4,2 bilhões, Eliezer conseguiu executar e entregar a planta ao custo de US$ 2,8 bilhões, incluindo mina, ferrovia e porto, além de todo o incremento nas áreas social e de infraestrutura, dentro dos prazos previstos. Ele deixou a presidência da empresa em 1986.
É ele quem dá o nome para o maior projeto de minério de ferro da Vale, inaugurado em dezembro de 2016, o Complexo S11D Eliezer Batista, localizado no município de Canaã dos Carajás, no Pará.
Batista se formou em 1948 pela Escola de Engenharia da Universidade do Paraná e teve sete filhos, sendo o mais famoso deles o ex-empresário Eike Batista.
Em nota, o diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, lamentou a morte do empresário. “Estamos consternados. Nosso maior engenheiro, o homem que teve a visão de preparar a Vale para ser a empresa que conhecemos hoje, se foi. Eliezer Batista, que um dia recebeu a alcunha de ‘Engenheiro do Brasil’, bem que poderia ser conhecido por: ‘o Construtor da Vale’. Sim, temos orgulho de dizer que fomos a sua principal obra”, afirmou.