Ferrovia deve se tornar principal corredor de escoamento do minério baiano ao mercado externo.

Em mais um leilão da chamada Infra Week (série de leilões organizada pelo Ministério da Infraestrutura nesta semana), foi licitado um trecho importante da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) nesta quinta-feira (08/04). A vencedora do certame foi a Bahia Mineração (Bamin), sem ágio e com proposta única, de R$ 32,73 milhões, o lance mínimo era de R$ 32,7 milhões. A Bamin já atua na região e deve verticalizar suas operações.

Promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o leilão ofereceu à iniciativa privada o trecho da Fiol entre as cidades de Ilhéus e Caetité, na Bahia, de 537 quilômetros de extensão. O contrato será de 35 anos. Segundo estudos do governo, estão previstos investimentos da ordem de R$ 5,4 bilhões no trecho.

O projeto está localizado em um importante corredor de escoamento de minério de ferro do Sudoeste baiano, ligado ao Porto de Ilhéus, e possibilitará o transporte de grãos do oeste baiano ao terminal.

Em artigo publicado nesta quinta-feira, o presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm, comemorou a vitória da Bahia em assegurar o leilão que vai concluir as obras da Fiol 1. “Vencemos! O leilão do trecho 1 da Fiol é uma vitória da Bahia e dos baianos. Vencemos as forças contrárias à nossa mineração, à nossa logística e, principalmente, ao nosso desenvolvimento”.

“Uma vitória que não veio sem lutas. Com construção iniciada em 2011 e prevista para acabar em 2014, a Fiol passou por várias interrupções, sendo a última por conta de um aval do Tribunal de Contas da União (TCU) que precisou de dois anos e forte pressão da sociedade civil para sair. Os trilhos desta primeira etapa devem colocar o nosso estado no seleto grupo de exportadores nacionais de minério de ferro, commodity que representa aproximadamente 4% do PIB brasileiro. Só a carga estimada pela Bamin deve ocupar um terço da capacidade da ferrovia, gerar 10 mil empregos, desenvolver toda cadeia produtiva ao redor da mineradora, incrementar salários na economia local, dentre outros benefícios”, destacou Tramm.

Estudos realizados pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) mostram que o centro-oeste baiano, onde fica Caetité, é rico em minério de ferro e outros minerais. Na esteira da Fiol, a CBPM já trabalha para atrair mais investimentos para oportunidades identificadas na região e, também, em estudos de novas jazidas minerais a 100 km de distância de cada lado dos trilhos.

Segundo o presidente do CBPM, o modal ferroviário é imprescindível para um estado que cresce, como a Bahia. Além do agronegócio pujante, que representa 25% do PIB do estado, já somos o quarto maior produtor mineral do país. Em 2020, mesmo com a pandemia, a produção mineral comercializada no estado cresceu 59% em relação ao ano anterior.

De acordo com levantamento da CBPM, na base de dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), mais de 6 milhões de toneladas de minérios foram produzidas a menos de 50 km da FCA em 2020.

 

Com informações do Estadão Conteúdo e Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).