A iniciativa, que seria implantada em 2009, nas cidades de Santa Bárbara e Caeté, voltou à pauta da mineradora em 2021.

Uma proposta de um novo modelo de mineração foi anunciado pela Vale em 2009 e contaria com investimentos na casa dos R$ 4 bilhões. Porém, o Projeto Apolo nunca saiu do papel até agora. A iniciativa, que seria implantado entre as cidades de Caeté e Santa Bárbara, na região central de Minas Gerais, teve muitas dificuldades em atender às demandas ambientais relacionadas à Serra do Gandarela, atrasando seu início.

A Vale retomou o Apolo e tem trabalhado para conseguir o licenciamento ambiental, que permitirá implantar a nova área de exploração do minério. A empresa alega que conseguiu reformular a proposta original, criando um novo conceito no projeto, incluindo mina, usina, ramal ferroviário de oito quilômetros que se conectará à Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), eliminando a necessidade de barragem de rejeitos.

O Projeto Apolo também quer diminuir o uso de água, prevendo produção de cerca de 14 milhões de toneladas de sinter feed por ano utilizando apenas a umidade natural, sem água no beneficiamento do minério de ferro. A vida útil do complexo pode chegar a quase 30 anos e com a reformulação do projeto, crê que a licença ambiental possa sair até 2027 e a operação se iniciar em 2028.

As ações para que o cronograma seja cumprido estão sendo realizadas, como a entrega de um novo Estudo e Relatório de Impacto (EIA/Rima), que foi protocolado na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) em setembro deste ano.

Se os trâmites forem feitos nos prazos previstos pela Vale, poderá haver uma geração de  2.600 empregos temporários. Quando o complexo estiver operando, a previsão de postos de trabalho poderá chegar a 2.800, sendo 740 empregos diretos e 2.100 indiretos, que pode gerar ainda uma movimentação financeira de R$ 138 milhões em massa salarial anualmente, além de R$ 151 milhões em impostos (CFEM e TRFM) por ano.

Segundo Vale, o projeto teve várias revisões para atender às mudanças na legislação e solicitações da sociedade civil, buscando evoluções nas práticas de engenharia para uma mineração mais segura e sustentável. “Além da eliminação do uso de barragens, a versão remodelada também traz reduções significativas na área do projeto, no consumo de água e na emissão de carbono”, disse a empresa em nota.

O Projeto Apolo ocupará uma área 32% menor do que a proposta feita em 2009, caindo de 2.000 hectares para 1.368 hectares. “A área do empreendimento também não interfere com os limites do Parque Nacional da Serra do Gandarela, criado em 2014 com uma área de 31.270 hectares, dos quais cerca de 15.000 hectares estão em processo de possível doação pela Vale para o ICMBio”, diz a empresa em outro trecho da nota.

O benefício mais vistoso, ventilado pela Vale, é a redução drástica no consumo de água, que cairá cerca 95% devido ao processamento a seco do minério de ferro.

Por fim, o projeto também trabalha para aumentar as condições de segurança e reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera. Assim, segundo a companhia, serão utilizados caminhões autônomos na área de lavra para transporte do minério.

 

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