Empresa canadense investirá cerca de R$ 2,3 bilhões no local, para a exploração sustentável de lítio, mineral usado em baterias elétricas.

A alta constante nos combustíveis tem gerado um processo de aceleração por outras fontes de energia e até mesmo de veículos que não usem energia gerada por combustão. Assim, a corrida mundial por carros elétricos vem se tornando mais intensa.

Além das vantagens econômicas, o carro elétrico é uma forma de transporte mais sustentável. Por isso, a mineração de lítio se tornou um mercado ainda mais promissor no mundo todo. E Minas Gerais está no centro dessa busca pelo mineral, essencial para as baterias de longa duração dos carros elétricos.

A empresa Sigma Mineração está investindo na exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha para conseguir atender grande players do mercado automobilístico mundial como a  Volkswagen, GM, Stellantis, Porsche e Audi.

A companhia de origem canadense já investiu R$ 560 milhões em uma planta na região mineira e já iniciou as obras para implantação do complexo minerador. O total de investimentos será de R$ 2,3 bilhões até 2023 para aumentar o tamanho da planta atual. 

A Sigma quer aumentar a produção, que já extraiu mais de 30 milhões de toneladas de lítio de alta pureza em dois dos nove principais sítios de exploração da empresa.

Apesar da alta demanda mundial pelo lítio, o Brasil não parece representar um grande mercado para a Sigma neste momento, pois como é um grande produtor de biocombustíveis, a necessidade do Brasil para o minério, quando o assunto são as baterias para veículos elétricos, é menor, algo bem diferente de mercados como EUA e Europa, que estão em busca de soluções com foco na eletricidade gerada pelas baterias de lítio. Nos EUA, por exemplo, 91% dos veículos utilizam combustíveis “sujos”, como gasolina e diesel.

Para se diferenciar das concorrentes gigantes como as mineradoras Albermarle, Jiangxi Ganfeng Lithium Co (chinesa que oferece o componente para a Tesla) e Tianqi Lithium, que controla mais de 46% da produção global de lítio, a Sigma aposta em uma “mineração verde” do lítio na região do Vale do Jequitinhonha.

Isso quer dizer que, na prática, a planta não fará uso de componentes químicos para a purificação de lítio, que vai gerar uma reutilização de 90% da água consumida no local, além de utilizar empilhamento de rejeitos a seco, sem a necessidade de barragens.

A Sigma Lithium quer minerar lítio de forma mais sustentável e ainda ajudar a desenvolver a região, uma das mais pobres de Minas Gerais.

“O Vale do Jequitinhonha tem um Índice de Desenvolvimento Humano de 0,66, próximo aos níveis de Bangladesh. Com o investimento da Sigma por lá, temos um potencial de geração de renda para a região de R$ 320 milhões. Até agora, geramos 250 empregos e devemos gerar mais de 500 empregos indiretos no próximo ano”, disse Ana Gardner, co-presidente do conselho da Sigma em entrevista à Revista Exame.

Segundo a Sigma, o Brasil recebeu US$ 500 milhões em investimentos na cadeia do lítio. E, esses aportes, vindo de outras empresas estão a caminho. A AMG Mineração anunciou investimentos de R$ 782 milhões em uma planta de hidróxido de lítio em Minas Gerais, assim como a CBMM, que investiu R$ 72 milhões em uma startup que desenvolve materiais avançados para baterias de íons de lítio, o que vai incrementar uma parceria com a Volkswagen Caminhões e Ônibus para desenvolver baterias para caminhões nos próximos anos.

 

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