Já a receita líquida consolidada da cimenteira cresceu 15% em comparação ao 2T21, para R$ 6,7 bilhões.
A Votorantim Cimentos encerrou o segundo trimestre de 2022 (2T22) com lucro líquido de R$ 366 milhões, redução de 47% na comparação com o mesmo período do ano passado (2T21). O resultado é explicado pela empresa, principalmente, devido à queda do resultado operacional e por maior prejuízo do resultado financeiro líquido no período, devido ao pagamento do prêmio da oferta de recompra do título de dívida Voto41.
Já a receita líquida consolidada cresceu 15% em comparação ao 2T21, totalizando R$ 6,7 bilhões. Segundo a companhia, o resultado se deve, principalmente, à dinâmica favorável de preços, além do impacto positivo gerado pelos volumes adicionais decorrentes das aquisições finalizadas em 2021. No 2T22, as vendas globais de cimento da empresa somaram 9,6 milhões de toneladas, diminuição de 2% em relação ao 2T21.
“Vários choques atingiram a economia mundial já enfraquecida pela pandemia: inflação mais alta do que a esperada em todo o mundo – especialmente no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa – condições financeiras mais restritivas, uma desaceleração pior do que a prevista na China, refletindo os surtos e bloqueios da Covid-19, e mais repercussões negativas da guerra na Ucrânia, com aumento de combustíveis, fretes e energia. Apesar desse cenário desafiador, a companhia mostrou resiliência operacional, com gestão de custos e repasse para os preços. Tanto que o nosso resultado do segundo trimestre deste ano, apesar de ser menor que o do mesmo período do ano passado, foi melhor na comparação com a série histórica, superando os números de 2020, 2019 e 2018”, afirma o CEO Global da Votorantim Cimentos, Marcelo Castelli.
A companhia encerrou o segundo trimestre com Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado de R$ 1,4 bilhão, 12% menor na comparação com mesmo período de 2021, impactado, principalmente, pela pressão de custos em todas as regiões, além do impacto negativo da taxa de câmbio. A margem Ebitda no período foi de 20%, redução de 7 pontos percentuais sobre o 2T21.
Ao final do 2T22, a alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 1,99x, aumento de 0,44x comparado com o final de 2021 devido ao período sazonal na geração de caixa e à redução do Ebitda ajustado no período, mas dentro da política financeira da companhia.
“Apesar da desaceleração da economia mundial, a Votorantim Cimentos segue operando com sólidas métricas financeiras e elevada liquidez, mantendo o grau de investimento e com perspectiva estável na classificação das agências de rating Moody´s e Fitch. A alavancagem da companhia permaneceu em patamares estáveis e dentro da nossa política financeira. Em maio, realizamos uma operação no mercado internacional que recomprou a dívida mais onerosa do nosso portfólio, aproveitando as taxas atrativas do mercado. E utilizamos os recursos de emissões de dívidas no mercado local com taxas mais atraentes para financiar a nossa operação”, diz a CFO Global da Votorantim Cimentos, Bianca Nasser.
Desempenho por região
No Brasil, a receita líquida da Votorantim Cimentos foi de R$ 3,2 bilhões no segundo trimestre de 2022, crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Diante do cenário macroeconômico desafiador no país, o aumento da receita é explicado, principalmente, pela dinâmica de preços favorável. Já o Ebitda ajustado no trimestre ficou em R$ 606 milhões, queda de 9% em comparação ao 2T21, ocasionado pela queda no volume e pressão de custos devido à alta de preços das commodities e inflação local, mas substancialmente mitigado pela dinâmica local de preços, de acordo com a empresa.
Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), a inflação de custos tem impactado fortemente o setor. Um exemplo é o preço do coque de petróleo, principal fonte de energia para a indústria do cimento, que subiu 73,5% nos últimos 12 meses. Além do coque, energia elétrica, frete, sacaria, gesso e refratários seguem registrando forte aumento de preços, de acordo com o SNIC.
Na América do Norte, a receita líquida atingiu R$ 2,1 bilhões no 2T22, aumento de 8% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, em decorrência da forte demanda no Canadá e nos Estados Unidos, aliada à dinâmica de preços favorável. O Ebitda ajustado na região foi de R$ 520 milhões no segundo trimestre, redução de 11% em relação ao mesmo período de 2021. Esse arrefecimento se deve ao impacto inflacionário nos custos variáveis, principalmente combustível e energia, além da apreciação do real no período.
Na região composta por Europa, Ásia e África, a receita líquida da Votorantim Cimentos aumentou 13% no 2T22, atingindo R$ 841 milhões. O resultado positivo é explicado principalmente pela dinâmica de preços em todos os países nos quais a companhia opera e pelo aumento de volume na Espanha, tanto orgânico quanto em razão do volume adicional com a aquisição da Cementos Balboa.
O Ebitda ajustado da região foi de R$ 167 milhões no trimestre, queda de 9% em relação ao mesmo período do ano passado, resultado principalmente do impacto do câmbio quando comparado ao do ano passado. Considerando o resultado operacional em euro, houve um crescimento de 10% no EBITDA do 2T22 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Segundo a VC, a dinâmica de preços e o mercado favorável na região mitigaram a pressão sobre os custos, especialmente de combustível e energia.
Na América Latina, a receita líquida no segundo trimestre do ano foi de R$ 205 milhões, redução de 17% em relação ao mesmo período de 2021. A dinâmica de mercado no Uruguai impactou o resultado, principalmente após a entrada de um novo competidor em meados de 2021 e devido à base de comparação mais favorável no ano passado. Já a Bolívia registrou dinâmica de preços favorável, com demanda de volume de cimento estável.
O Ebitda ajustado na região foi R$ 41 milhões no 2T22, queda de 42% em comparação com o 2T21. Além do cenário mercadológico uruguaio, a pressão da inflação de custos nos dois países e a apreciação do real também contribuíram negativamente para o resultado.