Saldo mineral entre exportações e importações apresentaram queda em relação ao 3º trimestre de 2021 e crescimento em relação ao 2º trimestre de 2022.
De acordo com os dados do 3º trimestre (3T22) do setor mineral, divulgados nesta quinta-feira (20/10) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o saldo mineral, que é a diferença entre exportações e importações de minérios, apresentaram queda de 56,40%, em dólar, em relação ao mesmo período do ano passado (3T21). As exportações declinaram 36,8% e as importações cresceram 86,7%.
O saldo mineral (US$ 6,8 bilhões) equivale a 51% do saldo Brasil (US$ 13,4 bilhões) no 3T22. É um resultado que representa evolução em relação ao 2T22, já que naquele período a equivalência se situava na casa dos 34%. Porém, representa uma queda em relação ao 3T21, quando ele equivalia a 81% do saldo Brasil.
Outro fator a ser considerado para calcular essa equivalência é a queda de 31,4% no saldo comercial brasileiro no 3T22, que totalizou US$ 13,4 bilhões (era US$ 19,5 bilhões no 3T21).
Em relação ao 3T21, o Brasil faturou menos com as exportações minerais – pela queda nos preços das commodities minerais –, porém, exportou 1,3% a mais em toneladas de minérios no 3T22: 105 milhões. Assim, as exportações de minérios totalizaram US$ 11,6 bilhões no 3T22, 36,8% abaixo do total no 3T21 (US$ 18,4 bilhões e 103,7 milhões de toneladas). As exportações ficaram estáveis, em dólar, em relação ao 2T22 (+0,4%).
No 3T22, o minério de ferro foi responsável por 70,5% das exportações, em dólar; ouro, cobre e nióbio foram responsáveis por 11%, 7% e 4,3%, respectivamente.
As exportações de minério de ferro no 3T22 aumentaram 1,5% em toneladas, de 100 milhões para 101,5 milhões de toneladas, porém, declinaram em dólar: de US$ 14,9 bilhões no 3T21 para US$ 8,2 bilhões no 3T22, uma queda de 44,7%. Na comparação entre o 3T22 e o 2T22, o país exportou mais 23,3% em toneladas de minério de ferro, com declínio de 3,2% em dólar.
No 3T22, os países que mais compraram minério de ferro do Brasil foram China 72,2%, Malásia 5,9%, Japão 3,1%, Barein 3,1% e Omã 2,5%.
As exportações de ouro no 3T22 caíram 4% em toneladas e -4,5% em dólar. No 3T21 totalizaram US$ 1,3 bilhão para a venda de 27 toneladas. No 3T22, os dados foram US$ 1,28 bilhão e 25,9 toneladas. No 3T22, os países que mais compraram ouro semimanufaturado do Brasil foram Canadá 36,4%, Índia 18,5%, Reino Unido 15,7%, Suíça 12,1%, Emirados Árabes Unidos 4,5% e Itália 3,2%. Na comparação entre o 3T22 e o 2T22, o país exportou mais 20,2% em toneladas de ouro, com aumento de 10,4% em dólar.
As exportações de cobre, no 3T22, cresceram 3,2% em toneladas, mas declinaram 12% em dólar, de US$ 938,5 milhões (320,9 milhões de toneladas) no 3T21 para US$ 825,9 milhões (331,1 milhões de toneladas) no 3T22. No 3T22, os países que mais compraram cobre do Brasil foram China 20,3%, Alemanha 17,8%, Suécia 15,6%, Polônia 13,8%, Bulgária 11,2%, Finlândia 6,8% e Espanha 6,6%. Na comparação entre o 3T22 e o 2T22, o país exportou mais 75,6% em toneladas de cobre, com aumento de 47,8% em dólar.
As exportações de caulim se destacaram positivamente, crescendo tanto em toneladas (38,5%) quanto em dólar (54%). No 3T21 totalizaram US$ 28,1 milhões para a venda de 221 milhões de toneladas e no 3T22 totalizaram US$ 43,3 milhões para a venda de 306 milhões de toneladas. No 3T22, os países que mais compraram caulim do Brasil foram Bélgica 36,1%, Canadá 22,2%, Estados Unidos 18,6%, Itália 8,5%, China 4,3%, Espanha 3,0% e Egito 2,0%. Na comparação entre o 3T22 e o 2T22, o país exportou mais 0,6% em toneladas de caulim, com aumento de 3,7% em dólar.
Importações em alta
Em relação às importações, o país gastou US$ 4,8 bilhões para comprar cerca de 9,7 milhões de toneladas no 3T22. No 3T21 havia gasto US$ 2,6 bilhões para comprar 12,1 milhões de toneladas. Assim, no 3T22, a importação em toneladas foi 20,5% menor, mas o gasto em dólar cresceu 86,7%. Na comparação com o 2T22, o país reduziu as importações em cerca de 23% em dólar e em toneladas.
No 3T22, o Brasil observou crescimentos expressivos, em dólar, na importação de carvão mineral (65,1%), potássio (133%), enxofre (112,1%) e rocha fosfática (80,7%). Mas, em toneladas, houve declínio nas compras desses minérios, à exceção do enxofre, cujas compras foram maiores, tanto em dólar, quanto em toneladas, na comparação com o 3T21:
- carvão mineral: respondeu por 24,3% das importações de minerais no 3T22. O Brasil comprou 5,6 bilhões de toneladas por US$ 693,3 milhões no 3T21; no 3T22 comprou 3,78 bilhões de toneladas (-32,5%) por US$ 1,14 bilhão (65,1%). Os países que mais venderam carvão ao Brasil no 3T22 foram Estados Unidos 37,0%, Austrália 31,7%, Colômbia 19,0% e Rússia 7,4%.
- potássio: respondeu por 62,1% das importações de minerais no 3T22. O país comprou 4,15 bilhões de toneladas por US$ 1,25 bilhão no 3T21; no 3T22 comprou 3,4 bilhões de toneladas (-17,7%) por US$ 2,92 bilhões (133%). Os países que mais venderam potássio ao Brasil no 3T22 foram Canadá 47,3%, Rússia 19,8%, Alemanha 11,7% e Israel 11,8%.
- enxofre: respondeu por 5% das importações de minerais no 3T22. As compras de 625,1 milhões de toneladas no 3T21 custaram US$ 110,4 milhões; no 3T22 o país comprou 627,11 milhões de toneladas (+0,3%) por US$ 234,3 milhões (112,1%). Os países que mais venderam enxofre ao Brasil no 3T22 foram Estados Unidos 32,6%, Cazaquistão 19,8%, Emirados Árabes Unidos 12,6%, Canadá 10,8% e Turcomenistão 4,0%.
- rocha fosfática: respondeu por 1,7% das importações de minerais no 3T22. O Brasil comprou 558,8 milhões de toneladas ao custo de US$ 44,5 milhões no 3T21; no 3T22 comprou 484,3 milhões de toneladas (-13,3%) ao custo de US$ 80,5 milhões (80,7%). Os países que mais venderam rocha fosfática ao Brasil no 3T22 foram Peru 39,5%, Marrocos 19,5%, Egito 14,5%, Jordânia 10,2% e Argélia 7,4%.
- pedras e revestimentos: respondeu por 0,2% das importações de minerais no 3T22. O Brasil comprou US$ 7,6 milhões no 3T21; no 3T22 comprou US$ 8,3 milhões (8,9%). Os países que mais venderam ao Brasil no 3T22 foram Turquia 23,5%, México 22,9%, Espanha 15,2%, Itália 13,8%, China 5,4% e Egito 4,1%.
As importações de cobre (0,5% das importações minerais) se destacaram pelas quedas em dólar e em toneladas. No 3T21, o país importou 80,5 milhões de toneladas ao custo de US$ 146,7 milhões; no 3T22 foram compradas 14,5 milhões de toneladas (-82%) ao custo de US$ 24,3 milhões (-83,4%).
Na comparação entre o 3T22 e o 2T22 houve variações, em dólar: carvão -46,1%; cobre -69%; enxofre 57,5%; potássio -13,6%; rocha fosfática -3,2%; pedras e revestimento -22,1%.