Mineradora pretende fazer uma revisão completa do projeto, enquanto negocia novas formas de financiamento com acionistas e credores.
A Horizonte Minerals paralisou a maioria das atividades nas obras de implantação do Projeto Araguaia Níquel no Pará. Segundo a empresa, a questão orçamentária motivou a interrupção, que deve durar 4 meses, já que há previsão de estouro dos valores originalmente previstos para o projeto.
Até o dia 10 de novembro, o projeto do Araguaia tinha recursos totais de liquidez de US$ 169 milhões, dos quais US$ 131 milhões não sacados da linha de dívida sênior da empresa, que ela precisa de nova injeção de capital para acessar. Além disso, possui em caixa US$ 38 milhões, capital de giro suficiente até meados de dezembro.
A produtora de níquel avançará apenas em fluxos de trabalhos críticos, enquanto tenta garantir o financiamento para o restante das obras.
Em atualização na última terça-feira (14/11), a Horizonte confirmou que realizou uma série de visitas ao local com acionistas e representantes de credores. Esses grupos estão realizando suas respectivas due diligences como parte de um plano de financiamento, mas isso só seria concluído no início de 2024 e o financiamento poderia chegar até o fim do primeiro trimestre, disse a empresa.
“As discussões com os principais acionistas e credores da empresa sobre o financiamento do projeto até a conclusão estão progredindo. Enquanto o trabalho na solução de financiamento continua, optamos por concentrar capital e recursos humanos apenas nos trabalhos críticos”, disse o CEO Jeremy Martin no comunicado à imprensa.
Em outubro, a Horizonte anunciou que o custo do projeto deve aumentar 35%, um ano depois de a empresa ter aumentado as despesas de capital para o Araguaia para US$ 537 milhões. Como resultado, sua produção foi adiada para o segundo semestre de 2024.
O projeto contempla uma operação de mineração a céu aberto para extração de níquel. Inicialmente (Linha 1), a capacidade produtiva é de 14.500 toneladas de níquel por ano. Com a Linha 2, a capacidade dobra, alcançando 29 mil toneladas por ano e permitindo que o Araguaia produza não apenas ferroníquel de alta qualidade e baixa impureza, mas também o níquel matte. A vida útil prevista é de 28 anos.