O desligamento do alto-forno da Usiminas está relacionado com o aumento de 48,6% no volume de importações de aço da China.
Como resposta ao crescente índice de aço importado no Brasil ao longo de 2023, a Usiminas paralisou, nesta sexta-feira (15), o alto-forno 1 (AF-1) da Usina de Ipatinga, no Vale do Aço.
O equipamento, com capacidade para cerca de 600 mil toneladas de ferro gusa por ano, terá a operação suspensa em uma decisão diretamente relacionada ao aumento de 48,6% no volume de importações de aço da China.
Segundo a companhia, o ferro gusa vem principalmente da China, de forma subsidiada, e chega ao país com preços artificialmente baixos, até mesmo abaixo do custo de produção.
Sendo assim, a Usiminas reafirmou que considera a concorrência desleal e ressaltou que as medidas estão sendo tomadas em uma tentativa de evitar a invasão de aço subsidiado no país.
“É uma concorrência desleal que estamos enfrentando, uma vez que o Brasil é um dos poucos países que mantêm o mercado aberto, com impostos de importação bem abaixo da média de outros grandes mercados como a Europa, os Estados Unidos e o México”, afirma o presidente da Usiminas, Marcelo Chara.
Com a retomada do alto-forno 3, o maior da companhia, após uma ampla reforma que modernizou todo o equipamento, a Usiminas terá uma capacidade de produção de ferro gusa de aproximadamente 3,6 milhões por ano na usina de Ipatinga.
A empresa investiu cerca de R$ 2,7 bilhões para a completa revitalização, que incluiu uma série de melhorias técnicas e ambientais.