A Vale busca uma estratégia para atender o possível salto na demanda por minério de ferro da Índia, que deve dobrar a capacidade de produção de aço, chegando a 300 milhões de toneladas nos próximos cinco a sete anos. A informação foi divulgada pelo CEO da mineradora, Gustavo Pimenta, em entrevista à Reuters.
O executivo explicou que a demanda adicional da Índia e de mais países da Ásia faria com que o volume vendido ficasse ainda mais discrepante do que a Vale entrega na China, que deve voltar a ser a maior produtora global de minério de ferro neste ano.
“A Índia é um país de 1,6 bilhão de pessoas, ultrapassou a China, e tem uma enorme necessidade de investimentos em infraestrutura, o que deveria chamar bastante aço. A Vale traz qualidade para este minério, e consegue ‘blendar’ com o produto indiano. Estamos vendo uma oportunidade muito grande. Vai dobrar a produção de aço, temos oportunidade de crescer bastante”, afirmou Pimenta.
O CEO da Vale comentou ainda que a Índia deve importar 10 milhões de toneladas de minério de ferro da empresa neste ano, ainda pouco em comparação com as importações da China, que responde por aproximadamente 60% das vendas da Vale.
De qualquer maneira, Pimenta considera que esses 10 milhões representam um volume importante, considerando que até pouco tempo a importação da Índia era “zero”.
A Vale avalia que a China vai seguir com uma produção de aço em torno de 1 bilhão de toneladas ao ano, que demanda volumes de minério de ferro proporcionais e que o crescimento do passado deve ser substituído por outros países.
“A China é o principal produtor de aço e vai seguir sendo, com produção de 1 bilhão de toneladas de produção, alcançou a estabilidade. Não vemos a China crescendo, a China provavelmente vai ficar estável, com algum decréscimo ao longo dos próximos anos”, destacou.
Pimenta ressaltou também que a Vale tem realizado vendas contínuas para a estatal chinesa China Mineral Resources Group (CMRG) e negocia a demanda esperada para 2026.
“A gente tem uma relação muito positiva, construtiva, sempre nesse espírito de ganha-ganha, da gente tentar ofertar o melhor produto com a melhor estrutura de custo possível e atender às demandas desses nossos clientes na China”, concluiu.
Com informações da Reuters









