Prefeitura e Semad discordam sobre responsabilidade da Tejucana.

Durante uma operação de limpeza realizada pela mineradora Tejucana, uma lagoa em Brumadinho rompeu com excesso de rejeitos da extração de minério de ferro. O terreno com a lagoa fica ao lado de área da mineradora e após análise, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Semad), apontou a mineradora como responsável, confirmando dano ambiental na região.

De acordo com a Semad, a lagoa de 300 metros quadrados, que era utilizada como reservatório para criação de peixes e hidratação de animais, recebia rejeitos, carregados pela chuva, que vazaram para um afluente do Rio Paraopeba.

A informação de que a limpeza era feita pela mineradora diverge do que foi informado pela Prefeitura de Brumadinho que, em nota, afirma que a intervenção era feita pelo próprio produtor rural e que este foi autuado.

Segundo a prefeitura, o proprietário fazia a manutenção da represa e durante o serviço aconteceu o rompimento. “O fato de a lagoa estar muito assoreada e ter muitos efluentes fez com que o barro se espalhasse”, afirma a nota, que não diz que tipo de efluente havia no reservatório, ou quando acidente ocorreu.

De acordo com a Secretária, quando os sedimentos atingiam níveis elevados no reservatório, a mineradora promovia o desassoreamento. Durante uma manobra errada, parte da margem foi arrancada.

Técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável exigiram medidas de contenção, entre elas drenagem e retirada do barro. Segundo a prefeitura, foi realizada uma avaliação e medição das águas do córrego e o proprietário do terreno foi notificado.

“O prazo total para atendimento da notificação é de 15 dias, levando-se em consideração o prazo de 6 a 7 dias necessários para a secagem do barro e posterior retirada do local.

Também ficou definida a extinção da lagoa. De acordo com os técnicos, apesar de o Córrego do Barro ser um dos efluentes (sic), o resíduo da lagoa não atingiu o leito principal do córrego, restringindo o impacto ambiental apenas ao local. A prefeitura informa ainda que tem trabalhado preventivamente pela manutenção da qualidade de vida do município e reforça sobre o importante papel da população para o desenvolvimento da nossa cidade”, informa a nota da prefeitura de Brumadinho.

A secretaria informou que ainda é verificado se houve dano direto ao Rio Paraopeba. Técnicos lavraram um auto de fiscalização, determinando um prazo de 15 dias para a empresa desassorear o curso d’água afetado pelo acidente. A mineradora também deve analisar amostras da água. Após avaliação dos danos, novas medidas serão determinadas, de acordo com a secretaria.