Paranapanema fecha trimestre com prejuízo

Sede da Paranapanema em Santo André (SP) - Foto: Divulgação.

Empresa busca fortalecimento de capital por meio de acordo de investimentos com Glencore.

A Paranapanema, mineradora especializada na produção de cobre, obteve prejuízo líquido de R$ 73,1 milhões no segundo trimestre de 2017. Comparando com o mesmo período do ano passado, a receita da companhia caiu em 50%, indo de R$ 1,3 bilhão para R$ 643,9 milhões.

No total, as vendas de cobre recuaram 53% no trimestre, ficando em R$ 31,2 milhões. Desse valor, R$ 15 milhões foram comercializados no mercado doméstico e R$ 12,8 milhões em exportações. Sem levar em conta taxas de juros, impostos, depreciação e amortização, as vendas ficaram em R$ 27,5 milhões.

O recuo é devido a perdas fiscais no valor R$ 252,3 milhões e, ainda, a despesas de R$ 48,5 milhões provenientes da ociosidade de produção. Segundo informações da Paranapanema, a redução temporária da compra de matéria-prima para produção de cobre primário também interferiu nos resultados negativos.

A empresa registrou utilização média de 48% de sua capacidade instalada de cobre primário neste trimestre, ante 95% no mesmo período do ano passado.

O volume total produzido apresenta uma queda de 44% em relação ao mesmo período de 2016, ficando em 59,3 mil toneladas. Foram produzidas 27,5 mil toneladas de cobre primário e 31,8 mil toneladas de produtos de cobre. Em coprodutos, como ácido sulfúrico e lama anódica, a companhia atingiu 157,6 mil toneladas.

Acordo com multinacional Glencore

Para aumentar a produção e melhorar a entrada de capitais, a empresa tem apostado na reestruturação interna, e anunciou recentemente o fechamento de acordo com a multinacional Glencore como parte dessas mudanças.

A intenção a longo prazo é retomar a plena atividade operacional da Paranapanema e a geração de valor para os seus acionistas. Pelo acordo, a Paranapanema poderá emitir novas ações que serão subscritas pela Glencore, em um investimento de R$66 milhões.

O documento também prevê que a Glencore indicará um membro para compor o conselho de administração da empresa, sujeito à aprovação dos acionistas da Paranapanema. A mineradora está em fase de negociação com acionistas para um possível investimento adicional. Também está em andamento um acordo com seus principais credores para o reperfilamento de seu endividamento.

Segundo o presidente da Paranapanema, Marcos Camara, essas ações fazem parte de um conjunto de medidas que integram o plano de reestruturação da companhia. “O acordo com a Glencore, o processo de capitalização, o reperfilamento da dívida e o novo plano de negócios são os principais esforços empenhados pela direção da empresa, em conjunto com acionistas e credores, para retomar a plena atividade operacional da Paranapanema e a geração de valor aos investidores”, afirma Camara.

Atualmente, a Glencore possui operações com cerca de 90 commodities e está presente em mais de 50 países, com 155 mil funcionários e receita anual na ordem de US$177 bilhões, sendo um dos maiores players de cobre do mundo, com produção de 1,4 milhão de toneladas por ano.

De acordo com Marcos Camara, o acordo representa forte confiança na plataforma de negócios da empresa. “A cooperação com a Glencore será muito frutífera, na medida em que uma grande variedade de oportunidades será explorada por ambas as empresas e criará valor para os respectivos acionistas”, explica.