Mina Wodgina, da Mineral Resources, que conta com o maior depósito de lítio em rochas duras do mundo - Foto: The West Australian.

País já é rico em minério de ferro e tem a maior parte da concentração de lítio localizada no norte do território.

Como noticiado pela Revista Mineração, a demanda por lítio tem crescido cada vez mais com o boom do mercado de carros elétricos e, seguindo esse fluxo, a Austrália está acelerando sua produção do mineral.

A intenção do país da Oceania, segundo a agência de análise estratégica CRU Group, é consolidar seu domínio no mercado. Até o momento, a empresa afirma que o país detém quase 60% da oferta de grandes projetos de lítio planejados para os próximos cinco anos.

O país, que também é rico em minério de ferro, tem a maior parte da concentração de lítio localizada no norte do território. É lá que estão grandes projetos como o Wodgina da empresa Mineral Resources, que conta com o maior depósito de lítio em rochas duras do mundo, e o projeto Pilgangooram, da Pilbara Minerals, cuja produção está sendo acelerada para começar a ser exportada já no segundo trimestre de 2018, segundo a mineradora.

Essas grandes minas estão próximas ao porto Hedland, uma porta de acesso para a indústria da China. Segundo o CEO da Pilbara Minerals, Ken Brinsden, caso esses projetos avancem como o planejado, a região deve se tornar “o maior centro de produção (de lítio) do mundo. “Na minha opinião, isso aconteceria no começo ou em meados da década de 2020”, disse.

Futuro

De acordo com um relatório da Bloomberg New Energy Finance, mais da metade dos carros novos vendidos e um terço da frota global de veículos será elétrica até 2040. Segundo projeções da agência, mesmo que a longo prazo surjam novas fontes de abastecimento, a Austrália deve manter seu domínio no mercado.

Entretanto, o banco de investimento australiano Macquarie Group afirma que existe uma perspectiva de baixa para os preços do lítio a curto e médio prazo, com “muitos produtores australianos de rocha se aglomerando” com projetos novos.

Segundo o grupo, o crescimento vertiginoso está ameaçando criar um período de excesso de oferta antes que o aumento da demanda por veículos elétricos absorva o excedente a partir de 2021, aproximadamente, disse o banco em uma nota neste mês.

Já de acordo com o analista do banco UBS Groupe, Lachlan Shaw, mesmo com o aumento da oferta (incluindo a australiana), o mercado do lítio deve permanecer ajustado, com uma perspectiva de demanda mais forte do que o previsto. “Houve um aumento da oferta neste ano e os preços do lítio não pararam de subir”, disse ele. “O mercado provavelmente está subestimando a demanda”, finalizou.

*Com informações da Bloomberg