Mesmo com dívidas, empresa prevê melhoras na próxima avaliação trimestral.
O grupo Votorantim registrou um lucro de R$ 519 milhões no terceiro trimestre, valor que representa um aumento significativo em relação ao mesmo período de 2016, quando foram registrados R$ 149 milhões.
De acordo com documento divulgado nesta segunda-feira (13), a receita líquida da empresa subiu 12% no comparativo anual, marcando R$ 7,5 bilhões. Segundo a Votorantim, os bons resultados se devem à alta nos preços dos metais na London Metal Exchange (LME), em especial o do zinco que subiu 31%.
Já o lucro, que deveria ter sido maior de acordo com a expectativa anual, foi negativo, impactado pelos menores preços e volume de vendas de cimento no Brasil, embora já seja possível vislumbrar um melhor cenário.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado totalizou R$ 1,3 bilhão. Para a empresa, a alta nos preços dos metais na LME (além do zinco, o preço do alumínio teve elevação de 24%) foi o principal fator de impacto positivo no EBITDA ajustado, que foi negativamente afetado pelos resultados das operações de cimentos no Brasil e “por um efeito não-recorrente”.
Dívidas
A dívida bruta da Votorantim aumentou 2% em relação à 2016, totalizando R$ 24,9 bilhões. A dívida líquida ficou em R$ 15,9 bilhões, 8% acima do registrado no fim de 2016. A alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/EBITDA ajustado dos últimos 12 meses, encerrou o trimestre em 3,85x, 0,44x maior que em dezembro de 2016 e estável na comparação com junho de 2017.
“O prazo médio de vencimento das dívidas ficou em 7,6 anos. Além de uma sólida posição de caixa, a liquidez da Votorantim S.A. e de suas empresas investidas é fortalecida por linhas de crédito rotativo que, somadas, totalizam US$ 1,2 bilhão, e que expiram em 2020. Tais linhas não estão sendo utilizadas”, explicou a empresa, por meio de nota.
“Continuamos com a prudência usual, mantendo uma posição de caixa robusta e um fluxo de amortizações estendido”, avalia Sergio Malacrida, CFO da Votorantim S.A. “A alavancagem ficou estável na comparação com o trimestre anterior, mas se considerarmos no caixa os recursos provenientes do IPO da Nexa e da venda de ativos de cimentos, a alavancagem pro forma seria de 3,01x”, afirma o vice-presidente financeiro, Sergio Malacrida.
Malacrida prevê um crescimento no desempenho da Votorantim ao longo do quarto trimestre. “Se tudo o mais se mantiver constante, deveremos ter um resultado melhor no quarto trimestre, até porque no ano passado tivemos impacto de efeitos não recorrentes que não espero que se repitam neste trimestre”, disse. “O quarto trimestre também costuma ser melhor sazonalmente que o terceiro”, acrescenta.