Retorno da Samarco pode ser mais fácil com saída da BHP

Declaração foi feita por diretor da Vale à agência de notícias Reuters.

Em reunião com investidores nesta quarta-feira (17), o diretor de Relações com Investidores da Vale, André Figueiredo, destacou que o retorno às operações da Samarco poderá ser mais fácil se a BHP Billiton sair da sociedade com a Vale. A mineradora está paralisada desde novembro de 2015, quando a barragem de Fundão se rompeu, causando a morte de 19 pessoas e impactos ambientais graves.

“A gente quer que a Samarco volte a operar e isso pode ser mais fácil se a Vale vier a tocar essa operação sozinha”, disse Figueiredo a agência de notícias Reuters.

Segundo a Reuters, o executivo salientou que a Samarco trabalha com a opção de utilizar um depósito de rejeitos que poderá ser aproveitado por cerca de dois anos, alternativa insuficiente para garantir as operações a longo prazo.

“É improvável que os órgãos dêem uma licença para uma barragem como no passado. A alternativa é usar minas exauridas como depósito, e essas minas são da Vale”, complementou Figueiredo.

No entanto, ele não entrou em detalhes sobre uma possível saída da BHP Billiton da sociedade. “É uma discussão que envolve valor, mas as coisas são muito intangíveis também. Você tem toda essa questão hoje das ações judiciais, como isso vai caminhar. São várias variáveis”, destacou.

Segundo Figueiredo, a Vale e a BHP empenharam até agora cerca de 1,4 bilhão de reais cada uma em compensações após o desastre socioambiental, considerado o maior da história do Brasil.

A Vale está negociando com a BHP sobre o futuro da joint venture Samarco. De acordo com informações obtidas e divulgadas pela Reuters, a expectativa é que a companhia brasileira compre a participação da anglo-australiana no ativo.