O acordo feito nesta quinta-feira (28) irá conferir a companhia mineira 100% das ações detidas pela Renova.

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) apresentou uma proposta de compra à sua controlada Renova Energia para a aquisição da participação da empresa na Brasil PCH, de acordo com informações da agência de notícias Reuters.

Os valores da negociação ainda não foram divulgados mas serão usados para viabilizar o pagamento de valores derivados pela Renova à unidade de geração e transmissão da Cemig, a Cemig GT, segundo o comunicado.

A proposta vem em um momento em que a Renova trabalha na conclusão da venda de seus principais ativos, o parque eólico Alto Sertão III, ainda em construção, e projetos eólicos em desenvolvimento, para a canadense Brookfield.

“A intenção da Cemig é que a Renova aliene sua participação na Brasil PCH a terceiros ou à própria Cemig ou a quaisquer de suas afiliadas de forma a viabilizar o pagamento dos valores devidos à Cemig Geração e Transmissão S.A”, disse a Cemig.

O acordo envolveria a compra pela Cemig de 100% das ações detidas pela Renova na Chipley Participações, uma empresa por meio da qual a geradora renovável detém parte de 51% na Brasil PCH.

A Brasil PCH opera 13 hidrelétricas que somam 291 megawatts em capacidade instalada e têm a energia vendida no âmbito de um programa federal de incentivo a fontes renováveis, Proinfa.

“A conclusão da transação, se aceita pela Renova, dependerá ainda de determinadas condições precedentes comuns a este tipo de transação”, destacou a Renova.

Desinvestimentos

A proposta da Cemig para ficar com a parte da PCH da Renova vem em um momento em que a empresa mineira tem prometido vender ativos para reduzir sua dívida líquida, que chegou a R$ 12,8 bilhões em setembro de 2017. A companhia tem falado em promover desinvestimentos de até R$ 8 bilhões.

Já a Renova vinha buscando vender ativos ou atrair um sócio devido a elevadas dívidas e à falta de recursos para tocar projetos. A empresa chegou a paralisar as obras do complexo Alto Sertão III em fase final.

Se a negociação da venda de ativos para a Brookfield e da Brasil PCH com a Cemig derem certo, restariam à Renova apenas três hidrelétricas que somam 42 megawatts em capacidade. Antes de ser atingida por uma crise financeira, a empresa chegou a ter planos de alcançar 2,6 gigawatts em capacidade com suas hidrelétricas, parques eólicos e usinas solares.

A empresa passou a cancelar projetos e buscar sócios ou venda de ativos após o fracasso de uma parceria com a norte-americana SunEdison no final de 2015.

Com informações da Reuters

*Sob supervisão de Sara Lira