Descoberta de novos depósitos podem alavancar a produção de potássio no país e diminuir a dependência da importação do mineral.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), empresa pública ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME), descobriu novos depósitos com boa possibilidade de extração de potássio na bacia do Amazonas. A descoberta ampliou em 70% a potencialidade sobre depósitos de sais de potássio, ou silvinita, como é denominado o mineral cloreto de potássio, do qual se extrai o potássio (K).
De acordo com o estudo, até o momento, pode-se afirmar a existência de depósitos em Nova Olinda do Norte, Autazes e Itacoatiara, com reservas em torno de 3,2 bilhões de toneladas de minério, além de ocorrências em Silves, São Sebastião do Uatumã, Itapiranga, Faro, Nhamundá e Juruti. Na região de Autazes, o minério pode ser encontrado a profundidades entre 650m e 850m, com teor de 30,7% KCl. Em Nova Olinda, a profundidade varia em torno de 980m e 1200m, com teor médio de 32,59% KCl.
O potássio é um dos minerais mais importantes para fabricação dos fertilizantes utilizados nas lavouras. O mineral é largamente utilizado para aumentar a produtividade no campo e, com o nitrogênio e o fósforo, forma a tríade presente nas formulações NPK.
Segundo o diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, Marcio Remédio, caso esses depósitos já identificados entrem em produção, o impacto para o setor agrícola e para a produção de fertilizantes no Brasil pode ser imediato. “A expectativa é que, ao reduzir a importação de fertilizantes, o insumo torne-se mais barato e acessível, eliminando custos de transporte e logística”, afirmou em nota publicada no site do Ministério de Minas e Energia (MME).
Hoje, segundo o Ministério da Economia, o Brasil importa 96,5% do cloreto de potássio que utiliza para a fertilização do solo. Também tem o título de maior importador mundial de potássio, com 10,45 milhões de toneladas adquiridas em 2019 e cerca de 11,5 milhões de toneladas em 2020.
Na visão do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), é importante que a sociedade tenha a compreensão de que mineração é imprescindível para o país e para cada um dos brasileiros. “Todos concordamos que precisamos dispor de bens minerais para o desenvolvimento socioeconômico do país e para promoção do bem-estar da sociedade. O setor mineral é estratégico para o Brasil”, afirma Flávio Penido, diretor-presidente do instituto.
Por Assessoria de Imprensa do Ibram / Foto Freepik.