Em fevereiro, a produção registrou aumento de 3,8%, em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

O Instituto Aço Brasil divulgou nessa quarta-feira (17/03), os dados referentes ao mês de fevereiro e o Indicador de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) de março. De acordo com os números, a produção brasileira de aço bruto em fevereiro de 2021 foi de 2,8 milhões de toneladas, um aumento de 3,8% frente ao apurado no mesmo mês de 2020. Já a produção de laminados foi de 2,1 milhões de toneladas, 8,3% superior à registrada em fevereiro do ano passado. A produção de semiacabados para vendas foi de 557 mil toneladas, uma queda de 20,8% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2020*.

As vendas internas cresceram 20,9% frente ao apurado em fevereiro de 2020 e atingiram 1,9 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,1 milhões de toneladas, 24,5% superior ao apurado no mesmo período de 2020.

Em relação às importações os números de fevereiro de 2021 foram de 334 mil toneladas e US$ 293 milhões, uma alta de 123,5% em quantum e 81,2% em valor, na comparação com o registrado no ano passado.

As exportações de fevereiro foram de 766 mil toneladas, ou US$ 522 milhões, o que resultou em aumento de 2,1% e 35,5%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2020.

Segundo o instituto, a siderurgia brasileira alcançou a maior produção de aço desde janeiro de 2019, a maior produção e vendas de produtos planos desde outubro de 2013 e o maior consumo aparente de aço desde março de 2015.

Dados Bimestrais

Foram produzidas 5,8 milhões de toneladas no acumulado de janeiro e fevereiro deste ano, o que significa um aumento de 7,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

A produção de laminados no mesmo período foi de 4,2 milhões de toneladas, aumento de 7,4% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2020. A produção de semiacabados para vendas totalizou 1,2 milhão de toneladas de janeiro a fevereiro de 2021, uma retração de 10,0% na mesma base de comparação.

As vendas internas foram de 3,8 milhões de toneladas de janeiro a fevereiro de 2021, o que representa uma alta de 22,9% em relação ao apurado em igual período do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 4,3 milhões de toneladas no acumulado até fevereiro de 2021. Este resultado representa uma alta de 24,7%.

Já as exportações atingiram 1,3 milhão de toneladas, ou US$ 836 milhões, no primeiro bimestre de 2021. Esses valores representam, respectivamente, retração de 30,2% e 8,5% na comparação com o ano anterior.

Em relação às importações os números chegaram a 658 mil toneladas no acumulado até fevereiro de 2021, um aumento de 74,4%. Em valor, as importações atingiram US$ 581 milhões e avançaram 48,9% no mesmo período de comparação.

Posicionamentos do IAB

A instituição afirma que em abril de 2020, o setor enfrentou sumários cancelamentos de pedidos de compra de seus principais clientes na construção civil, e nos setores automotivo e de máquinas e equipamentos, que representam 82,2% do consumo de aço no país.

Ainda segundo o instituto, na naquele momento a siderurgia brasileira operava com 45% de sua capacidade instalada e foi obrigada a abafar e desligar vários equipamentos, arcando com pesados prejuízos.

No entanto, segundo a entidade representativa, o cenário não é tão catastrófico como vem sendo noticiado. “Notícias que vem sendo veiculadas na imprensa sobre desabastecimento de aço e elevação especulativa de preços de produtos de aço são infundadas e desvinculadas da realidade vivida pela siderurgia brasileira”, afirmou o Instituto em nota divulgada hoje.

O Instituto Aço Brasil informou ainda que quando os sinais de recuperação da economia surgiram, em meados de maio de 2020, o setor religou os equipamentos e reativou sua produção, para atender a volta dos pedidos dos clientes. Já a partir de junho, passou a colocar no mercado doméstico volumes de aço maiores do que aqueles observados em janeiro e fevereiro desse mesmo ano, quando não havia sido ainda deflagrada a epidemia do Covid-19 e inexistia reclamação de qualquer setor consumidor em relação ao abastecimento de aço.

O Indicador de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) referente ao mês de março de 2021 foi de 65,5 pontos, 15,5 pontos acima da linha divisória de 50 pontos, o que indica otimismo tanto sobre a percepção da situação atual, quanto sobre as expectativas para os próximos seis meses.

“O cenário positivo baseia-se na expectativa de um maior consumo de aço na construção civil, nas obras de infraestrutura, e uma maior participação da indústria nacional no setor de óleo e gás e energia renovável”, afirmou o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.

“Não existe, portanto, redução de oferta ou desabastecimento de produtos de aço no mercado interno por parte das usinas produtoras de aço, associadas ao Aço Brasil. Acreditamos que eventuais e pontuais problemas possam estar relacionados à reposição de estoques de algumas empresas de setores consumidores que, devido ao seu porte e escala, adquirem produtos siderúrgicos na rede de distribuição”, afirmou a entidade.

Em relação à elevação dos preços de produtos siderúrgicos, o Aço Brasil informou que não trata do caso por questões de compliance. “Destaco que há, atualmente, um boom no preço de commodities que repercute nos demais elos da cadeia de produção a jusante. No caso da indústria do aço, a quase totalidade de insumos e matérias primas e, em especial, as essenciais como minério de ferro e sucata tiveram significativa elevação de preços, com forte impacto nos custos de produção. Este fenômeno não é exclusivo do Brasil, mas ocorre no mundo inteiro”, ressaltou Marco Polo.

*Devido a uma perda que ocorre durante o processo produtivo do aço, a soma da produção de laminados e semiacabados para vendas não equivale ao total da produção de aço bruto.

 

Com informações do Instituto Aço Brasil.