Apesar de lucro 16% maior, produção de aços longos e planos teve queda de 8%, comparado a 2019.
A ArcelorMittal Brasil registrou em 2020 lucro líquido de R$ 1,235 bilhão em 2020, aumento de 16% em relação a 2019, quando fechou em R$ 1,068 bilhão. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 5,083 bilhões em 2020, avanço de 27% sobre o ano anterior. Com isso, a margem Ebitda sobre a receita líquida aumentou três pontos porcentuais em relação a 2019 e atingiu 15%.
A receita líquida atingiu R$ 33,070 bilhões, alta de 1,9% na comparação com período anterior. A produção total de aços longos e planos ficou em 9,5 milhões de toneladas, 8% a menos que em 2019, e o volume de vendas, equivalente a 9,3 milhões de toneladas, declinou 6,8%. Do total vendido, 67% foram destinados ao mercado doméstico e 33% ao mercado externo.
Segundo a companhia, a queda na produção se deu pelo forte recuo da demanda experimentado no primeiro semestre do ano (2020) tanto em aços planos quanto em longos. A este movimento sobreveio uma rápida recuperação da demanda no segundo semestre, com a retomada das atividades e recomposição de estoques por parte dos principais clientes, com destaque para as montadoras de veículos e as empresas de construção civil.
Investimentos
A ArcelorMittal Brasil investiu, em 2020, um total de R$ 1,1 bilhão, destinado a projetos ambientais, de eficiência operacional e de desenvolvimento de produtos, soluções de alto valor agregado e transformação digital através de seus laboratórios de inovação Açolab e iNo.VC e sua empresa de tecnologia ArcelorMittal Sistemas.
No segmento de aços planos, foi registrado no ano o retorno do funcionamento do alto-forno 2, na unidade de Tubarão, após uma bem-sucedida reforma. Além disso, a planta deu continuidade às obras de construção da quarta bateria de coque, com investimento da ordem de R$ 523 milhões e previsão de start up em 2022.
De acordo com a empresa, também avançaram as obras do projeto de dessalinização da água do mar, que tem o objetivo de reduzir o consumo de água doce para fins industriais, com recursos de R$ 50 milhões.
“Houve, ainda, significativa evolução nas obras relacionadas ao Termo de Compromisso Ambiental (TCA) firmado pela ArcelorMittal Tubarão com o governo do Estado do Espírito Santo e os Ministérios Públicos Federal e Estadual, com valores totalizando aproximadamente R$ 123 milhões até 31 de dezembro de 2020”, informa.
Em Santa Catarina, a unidade de aço galvanizado Vega do Sul vai ampliar sua capacidade de produção para 2,2 milhões de toneladas por ano. A nova linha de chapas de aço será para uso principalmente na fabricação de automóveis. O início das operações está previsto para 2023.
Dando continuidade à sua expansão no mercado varejista, o segmento de aços longos inaugurou, em 2020, mais quatro lojas nas localidades de Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Itaim Paulista e Osasco, completando 13 lojas da marca em funcionamento no País. O segmento também deu início ao seu modelo de franquia, iniciativa inédita no segmento de aço, com a inauguração das duas primeiras lojas franqueadas.
Na unidade de Juiz de Fora, foi concluída a reforma de um de seus altos-fornos, com recursos na ordem de R$ 118 milhões. A empresa também aplicou R$ 88 milhões na reconfiguração de suas unidades produtivas, em parceria com a Bekaert (BBA), para fabricação de produtos de alto valor agregado (steel cord) para a indústria automotiva.
A Mina do Andrade, em João Monlevade (MG), deu início à produção da nova planta de concentração de itabirito, que contou com investimento de R$ 133 milhões.
Estadão Conteúdo.