Planta de Hidrogênio Verde Pernambuco prevê a instalação de quatro conjuntos de eletrolisadores de água em áreas localizadas no Porto de Suape, na Grande Recife. Empresa também estuda projeto semelhante no Ceará.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, anunciou na última semana que foram iniciados os estudos de viabilidade técnica e econômica para implantação de uma planta de produção de hidrogênio verde no Porto de Suape, em Ipojuca, Região Metropolitana do Recife. O projeto é da empresa Qair Brasil, de origem francesa, que tem como principal atividade a produção independente de energia elétrica a partir de fontes alternativas.

A iniciativa, nomeada de Planta de Hidrogênio Verde Pernambuco, prevê a instalação de quatro conjuntos de eletrolisadores de água em áreas localizadas no Porto de Suape, em quatro fases de implantação. Quando consolidado, o empreendimento pode vir a se transformar no segundo maior da história do Estado. O grande alvo da empresa é atender os mercados europeu e americano, que cada vez mais demandam fontes de energia limpa.

“Uma das gigantes mundiais na produção de energias renováveis está aportando em Suape para instalar uma planta que vai gerar o chamado hidrogênio verde, um insumo valioso para o setor industrial. É um investimento que pode chegar a US$ 3,8 bilhões, o equivalente a quase R$ 20 bilhões. Mais um grande empreendimento que vai criar empregos e renda no nosso Estado”, reforçou Paulo Câmara.

O grupo francês, que deve ser o próprio investidor e operador da unidade, atua no Brasil desde 2018, em diferentes Estados da região Nordeste. Em pouco mais de três anos, o grupo já investiu R$ 2,7 bilhões no país, tem 210 MW em operação comercial e outros 382,4 MW em construção de energia eólica e solar.

Com alto potencial para geração de energia sem emissão de gás carbônico, o hidrogênio verde (H2V) é obtido a partir da usina de eletrólise que separa o oxigênio e o hidrogênio da água. É chamado de verde porque a usina que o produz funciona a partir de fontes de energia 100% renováveis. O H2V é insumo para muitas indústrias, já existindo até como combustível para veículos. Também é utilizado para produzir amônia, um dos principais fertilizantes para o agronegócio, do qual o Brasil é um importante consumidor.

A planta em Pernambuco vai dispor dos processos combinados de eletrólise, bombeamento e liquefação, permitindo o envio do produto para longas distâncias, além da reforma de gás natural. “Esse projeto mostra a capacidade do Complexo de Suape e sua diversidade em abraçar indústrias de vários tipos. Estamos de olho no futuro, já que o hidrogênio verde é uma inovação mundial, tem grande potencial de investimento, sustentabilidade e desenvolvimento da economia verde”, comentou o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão.

CEARÁ

Em paralelo aos estudos em Pernambuco, o Qair também avalia a implementação de outra fábrica, de porte semelhante à pernambucana, no Ceará. Os projetos não são excludentes e a ideia é seguir adiante com ambos, disse ao Valor, Gustavo Rodrigues da Silva, diretor de operações da Qair Brasil. “Há uma pressão geopolítica imensa para esse mercado, a gente acredita que ele vai abrir e quem chegar primeiro vai se beneficiar”, afirmou.

Os estudos de viabilidade, tanto em Pernambuco quanto no Ceará, devem levar cerca de um ano para serem concluídos.

 

Com informações do Valor Econômico.

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