Novidade já foi introduzida em unidade de MG, onde nenhum acidente foi causado pelos caminhões em três anos de operação.

A Vale iniciou a operação de seis caminhões fora de estrada autônomos no Complexo de Carajás, no Pará. Até o final do ano serão dez veículos operando no local. Segundo a mineradora, a inciativa faz parte de um conjunto de ações voltadas para ampliar a segurança dos empregados, tornar a operação mais ambientalmente sustentável e obter ganhos de competitividade. A implantação está sendo acompanhada de um plano de recursos humanos para capacitar os empregados a trabalhar com as novas tecnologias digitais.

Os caminhões autônomos com capacidade para transportar 320 toneladas estavam em teste em uma área isolada de Carajás desde 2019. Esta semana eles iniciaram a fase final de testes na mina N4E e na última quarta-feira (01/09), entraram oficialmente em produção. Além dos caminhões, já estão em operação no Complexo de Carajás quatro perfuratrizes autônomas. Mais três perfuratrizes começarão a operar até o final do ano.

A operação autônoma começou a ser implantada pela Vale na mina de Brucutu, em MG, em 2016, e hoje abrange todos os 13 caminhões fora de estrada dessa unidade. De acordo com a empresa, desde a implantação em Brucutu, não foi registrado nenhum acidente causado pelos caminhões.

Os caminhões autônomos são controlados por sistemas de computador, GPS, radares e inteligência artificial, percorrendo a rota entre a frente de lavra e a área de descarga. Ao detectar riscos, os equipamentos paralisam suas operações até que o caminho volte a ser liberado. Os sensores do sistema de segurança são capazes de detectar tanto objetos de maior porte, como grandes rochas e outros caminhões, até seres humanos que estejam nas imediações da via. Com isso, situações de risco, como tombamento e colisão, foram eliminadas.

“A introdução dos caminhões autônomos em Carajás é mais um passo da Vale rumo à ambição de se tornar referência em segurança na mineração e em direção à meta de reduzir as emissões de carbono em 33% até 2030”, afirma Antônio Padovezi, diretor do Corredor Norte da Vale. “A tecnologia reduz a exposição dos empregados aos riscos inerentes à atividade e traz também benefícios ambientais, reforçando nosso novo pacto com a sociedade”.

Trabalhadores

Mesmo sem operador na cabine do caminhão, o operador segue tendo papel relevante na operação, segundo a Vale. Outros equipamentos que circulam pela mina, como motoniveladoras e tratores, continuarão sendo tripulados. Por isso, de acordo com a empresa, os operadores desses veículos receberam treinamento para interagir com os autônomos. Já foram capacitados 32 operadores e até o final do ano este número chegará a 120. Serão 208 horas de treinamento para cada operador, totalizando quase 25 mil horas.

Nos próximos 12 meses, a operação será assistida pelo fornecedor dos caminhões. A previsão é que, após esse período, a Vale assuma totalmente a operação. Quando isso ocorrer, novos postos de trabalho serão criados em salas de controle, distante da frente de lavra.

Operador na sala de controle dos caminhões autônomos – Foto: Michael Roger / Vale.

“A implantação dos autônomos na operação está sendo feita com a preocupação de se manter as pessoas no centro das decisões”, explica o gerente do Programa Autônomos, Pedro Bemfica. “A introdução da tecnologia digital impulsiona a evolução das competências profissionais dos empregados e os torna mais preparados para a tendência de transformação digital da indústria”.

Meio ambiente

O desempenho mais constante dos caminhões e o aumento da sua velocidade média permitirá uma redução de cerca de 5% no consumo de combustível, o que resulta em volume mais baixo de emissões de CO2 e particulados. Com base em dados do mercado, espera-se um aumento da vida útil dos equipamentos na ordem de 7%, o que reduz a geração de resíduos como peças e lubrificantes, e um desgaste 25% menor dos pneus, o que também levará a uma menor geração de resíduos desse item, informou a empresa.

Ainda segundo a Vale, o projeto prevê um aumento da competitividade das operações. Haverá maior eficácia, que resultará em maior produtividade horária. Os custos de manutenção devem cair 3%.

Tecnologia

O programa de autônomos da Vale continua em expansão, com um investimento total de cerca de US$ 34 milhões em 2021. Até o final do ano estarão em operação em toda a empresa 23 caminhões, 21 perfuratrizes e quatro pátios (empilhadeiras e recuperadoras) em Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Maranhão. No exterior, a operação autônoma também é realidade no Canadá, com perfuratrizes e carregadeiras para minas subterrâneas, e na Malásia, com máquinas de pátio.

 

 

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