As pesquisas em resíduos são fruto da parceria da empresa com a UFPA, USP e SENAI.
A Hydro apresentou os resultados de três cases desenvolvidos em parceria com Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) brasileiras, focados na valorização do resíduo da bauxita, durante o 39º Comitê Internacional para o Estudo de Bauxita, Alumina e Alumínio – Icsoba (The International Committee for Study of Bauxite, Alumina e Aluminium, em inglês), um dos principais eventos globais do setor. O comitê organizador selecionou trabalhos com foco no desenvolvimento sustentável e redução da pegada de carbono.
A edição foi realizada de forma virtual nos dias 22, 23 e 24 de novembro. Os três trabalhos apresentados pela Hydro e parceiros, tiveram como objeto o desenvolvimento de soluções inovadoras para a utilização sustentável do resíduo de bauxita em novos produtos, aplicando os conceitos de economia circular.
“Essa parceria da Hydro com instituições científicas faz parte da nossa estratégia de sustentabilidade. Buscamos ser referência de pioneirismo e inovação na cadeia do alumínio e na mineração. A empresa tem como propósito criar uma sociedade mais viável, ao desenvolver recursos naturais em produtos e soluções de forma inovadora e eficiente. Com base em nossa crença de que a sustentabilidade pode gerar lucratividade, estamos investindo em tecnologias avançadas e aproveitando iniciativas sustentáveis para tornar nossas operações uma referência em segurança, inovação, proteção ambiental e responsabilidade social”, afirma Marcelo Montini, consultor químico da Hydro.
Em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Hydro realizou pesquisa sobre a produção de cimento Portland com o uso dos resíduos de bauxita e da lavagem, materiais gerados na Hydro Alunorte e na Hydro Paragominas, respectivamente, visando a redução de emissões de CO2.
O estudo concluiu que há um forte potencial para a produção de cimento a partir do uso dos resíduos de bauxita. Para aprofundar a pesquisa, serão realizados novos estudos com a verificação da durabilidade e estabilidade do produto a longo prazo.
O artigo “Ácidos cítrico, ascórbico e acético para a neutralização do pH do resíduo de bauxita e seus efeitos na fase sodalita”, em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais (ISI-TM), avaliou o pré-tratamento com ácidos orgânicos do resíduo de bauxita, oriundo do processo de filtro-prensa, tendo como finalidade a melhoria de suas características físico-químicas e mineralógicas.
Os resultados apontaram o potencial do ácido cítrico como opção de pré-tratamento do resíduo de bauxita, o que poderá facilitar a sua maior utilização em novos produtos, por exemplo, nas áreas de siderurgia, construção civil e agricultura.
Outra pesquisa voltada para a utilização do resíduo de bauxita foi uma parceria da Hydro com a Universidade de São Paulo (USP). Os pesquisadores apresentaram os resultados do estudo sobre a produção de blocos de concreto para pavimentação com o resíduo da bauxita.
Visando a redução de emissões, o grupo monitorou o desempenho e a durabilidade por 6 meses na planta da Alunorte. Foram avaliadas propriedades mecânicas, resistência e absorção de água. Os blocos de concreto produzidos com resíduo de bauxita apresentaram a mesma performance em resistência dos blocos fabricados sem a presença do resíduo.
A conferência ICSOBA ocorre anualmente com destaque para os principais atores do mercado de bauxita, resíduo de bauxita, alumina e alumínio. Por conta das medidas de proteção da pandemia da covid-19, este ano o evento foi realizado de forma remota. Mais de 100 trabalhos foram apresentados.