Commodities têm dia de pausa nas fortes valorizações, devido ao conflito na Ucrânia e sanções econômicas à Rússia.

Os preços das commodities caíram nesta quarta-feira (09/03) após fortes altas, à medida que os mercados digeriam as interrupções no fornecimento da Rússia e da Ucrânia, grandes produtores de energia, metais e colheitas.

Os preços de commodities como petróleo, trigo e grãos dispararam desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, com sanções fazendo com que muitos transportadores parassem de manusear material russo e uma disputa por suprimentos alternativos.

A oferta de muitas commodities estava apertada antes do início do conflito.

Os Estados Unidos proibiram as importações de petróleo russo, a Grã-Bretanha disse que as eliminaria gradualmente e a União Europeia publicou planos para reduzir sua dependência do gás russo em dois terços este ano.

“As quedas de hoje são um sinal de que o mercado lidou com a situação e agora está se acalmando um pouco”, disse o analista do Danske Bank, Jens Pedersen.

A maior chance de novas altas está nas commodities agrícolas, que têm a oferta menos flexível, disse Pedersen.

A Rússia alertou o Ocidente de que está trabalhando em uma ampla resposta às sanções.

O petróleo Brent caiu cerca de 3%, a US$ 123,89 por barril, por volta das 13:00 GMT, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) caiu 3,5%, a US$ 119,14.

Ambos ainda estão em alta de cerca de 40% desde 23 de fevereiro e atingiram o nível mais alto desde 2008.

Traders dizem que as proibições às importações de petróleo da Rússia podem não piorar a escassez, e uma fonte potencial de suprimento extra de petróleo é o Irã.

Enquanto isso, a Agência Internacional de Energia (AIE) disse que poderia liberar mais  estoques para aliviar os preços dos combustíveis e elaborar um plano de ação para reduzir rapidamente o uso de petróleo.

Os preços do gás holandês e britânico caíram quase 20%, com o gás russo ainda fluindo para a Europa e os comerciantes obtendo lucros. Os preços subiram até 300% desde 23 de fevereiro.

O alumínio subiu um pouco, mas caiu mais de 10% em relação ao recorde de segunda-feira (07/03), com traders incertos sobre o fornecimento da Rússia, que responde por 6% da produção global.

As negociações de níquel na London Metal Exchange permaneceram suspensas depois que um pequeno aperto disparou os preços para recordes acima de US$ 100 mil na terça-feira.

O paládio caiu cerca de 3%, mas ainda subiu cerca de 25% desde 23 de fevereiro.

O ouro caiu cerca de 1%, chegando na terça-feira a um ponto alto do recorde de 2020.

O trigo caiu cerca de 3,5% em relação ao recorde de terça-feira. O grão subiu cerca de 25% desde 23 de fevereiro.

“Há agora sinais de que a demanda está sendo desacelerada pelos altos preços”, disse o analista do Commerzbank, Carsten Fritsch, em nota.

O minério de ferro, no porto de Qingdao, mercado à vista, caiu 1,7%, fechando a US$ 158,79.

 

Fonte: Reuters.

 

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