Obras do Projeto Araguaia devem ser concluídas no final de 2023, com previsão inicial de produção de 14.500 toneladas de níquel por ano.

Com recursos na ordem de US$ 633 milhões já captados, a Horizonte Minerals deu início à construção do Projeto Araguaia, em Conceição do Araguaia (PA), o maior investimento em níquel do país. O projeto é 100% de sua propriedade, de larga escala, alto teor, baixo custo, baixa emissão de carbono e foi projetado para ter sua capacidade de produção duplicada. A previsão de vida útil da mina é de 28 anos, prorrogáveis.

Para marcar o início das obras, a Horizonte Minerals realizou, nesta quarta-feira (18/05), um evento em Conceição do Araguaia, com a presença do CEO Jeremy Martin, do diretor de Projetos, Michael Drake, do diretor do Projeto Araguaia, Leonardo Vianna e do diretor de Finanças, Tiago Miranda, além de diversas autoridades e fornecedores.

O Projeto Araguaia já está totalmente financiado, em fase de terraplanagem e com previsão de conclusão das obras para o final de 2023. Segundo a mineradora, serão produzidas 14.500 toneladas de níquel por ano (na primeira etapa, com potencial de expansão para duplicar o montante) para abastecer o mercado de aço inoxidável, gerando fluxos de caixa livres pós-tributos de US$ 2,4 bilhões, considerando apenas a fase 1, com preço de US$ 16.400 por tonelada. Durante a construção, serão gerados aproximadamente 3.000 empregos, enquanto a operação gerará cerca de 500 empregos diretos.

A operação usará um método de mineração a céu aberto, transportando o minério de níquel para uma planta de processamento, onde o minério será transformado em liga de ferroníquel. A camada superficial de terra será estocada separadamente para reabilitação das áreas mineradas.

O projeto utilizará uma tecnologia de processo comprovadamente de baixo risco, denominada calcinador rotativo e forno elétrico (RKEF), em operação em mais de 40 minas em todo o mundo e que responde por uma parcela significativa do níquel produzido anualmente.

Além da construção do Projeto Araguaia, a Horizonte Minerals está avançando no estudo de viabilidade do Projeto Vermelho, que produzirá aproximadamente 15 mil toneladas de níquel e 600 toneladas de cobalto — na primeira fase de desenvolvimento —, para abastecer o mercado de baterias de veículos elétricos.

O perfil combinado de produção da Horizonte Minerals, que durante a próxima década poderá produzir mais de 50 mil toneladas de níquel por ano, posiciona a empresa como um produtor globalmente significativo, desenvolvendo um novo distrito de níquel no Brasil.

Mercado do Níquel no Brasil

Segundo dados da Agência Nacional de Mineração, o Brasil tem reservas estimadas em 16 milhões de toneladas de níquel, ocupando a 8ª posição em produção, com volume de 100 mil toneladas em 2021.

Conforme o relatório Minerais para a Ação Climática: A Intensidade Mineral para a Transição para Energia Limpa, emitido pelo Banco Mundial, a necessidade de produção deste mineral essencial à tecnologia capaz de gerar energia limpa pode aumentar em 500%, até 2050, trazendo às economias mundiais dificuldade em acessar as reservas de níquel em velocidade para garantir o ritmo de produção.

Esta perspectiva pode colocar o Brasil em posição privilegiada como relevante player do setor. O Brasil detém a terceira maior reserva de níquel do mundo e potencial de novas descobertas para atender um mercado já aquecido por conta do uso do níquel na produção de aço inoxidável e na fabricação de baterias para carros e energia solar.

Crescimento do Mercado

Desde a assinatura do Acordo de Paris (2015), o mundo está diante do desafio de conter o aumento do aquecimento global, investindo em energia limpa e na substituição de veículos movidos a combustível fóssil por eletricidade. Esta transição traz a perspectiva de uma revolução econômica energética, com aumento na demanda por níquel.

Os materiais que contêm níquel são selecionados porque, em comparação com outros materiais, oferecem melhor resistência a corrosão, a altas e baixas temperaturas e melhor tenacidade, além de uma variedade de propriedades magnéticas e eletrônicas.

De acordo com a empresa global de pesquisa e consultoria Wood Mackenzie, em 2020 a demanda por níquel totalizou 2,29 milhões de toneladas. Com previsão de crescimento anual de 2 a 5%, projeta-se atingir uma demanda de 4,16 milhões de toneladas em 2040. A demanda do níquel para baterias está, atualmente, em 5% do total da demanda pelo metal, com a perspectiva de atingir 30% até 2040.

 

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