Anglo American lança contrato visual de trabalho

Foto: Divulgação / Anglo American.

Só neste ano, mais de 1.000 contratos de trabalho nesse formato já foram assinados na empresa, que planeja aplicá-lo em outras áreas. 

A Anglo American está substituindo o tradicional formato do contrato de trabalho por um documento com estrutura mais visual e linguagem simplificada. De janeiro de 2022 até o momento, cerca de 32% dos 4,1 mil empregados diretos da empresa, um contingente de 1,3 mil profissionais, já assinaram o modelo visual de trabalho e estão fazendo parte dessa iniciativa inovadora, segundo a mineradora.

O modelo incorpora figuras e ícones ilustrativos para explicar as cláusulas, que são apresentadas em tópicos, com títulos curtos e letras de tamanho legível, além de linguagem simplificada, facilitando a localização de informações sobre vigência e período de experiência, jornada de trabalho, abono de faltas, remuneração, mobilidade geográfica (eventuais transferências), direitos e obrigações do empregado e demais protocolos. Os pontos relevantes dos tópicos e observações necessárias são destacados em caixas retangulares para chamar a atenção do empregado e garantir total transparência.

“Os contratos visuais foram aplicados de forma definitiva e com o apoio dos públicos com os quais nos relacionamos. É um alívio e motivo de muito orgulho termos hoje contratos acessíveis que podem ser, de fato, interpretados por qualquer pessoa e que estejam livres do ‘juridiquês’, que por tantos anos nos acompanhou. Aqui, na Anglo American, o cuidado e o respeito com as pessoas guiam nossas decisões e, agora, também estão presentes em nossos instrumentos jurídicos”, ressalta Carolina Lobato, diretora Jurídica da empresa no Brasil.

A diretora de Recursos Humanos da Anglo American, Sara Murssa, conta que o principal foco do projeto é aperfeiçoar a relação de confiança que a companhia já tem com os empregados. “A ideia é engajá-los, proporcionando melhor experiência e aprendizado”, explica.

Nessa trajetória, cerca de 3 mil palavras foram eliminadas e os termos técnicos trocados por palavras mais conhecidas que visam ampliar o grau de entendimento de um contrato. A substituição dos termos jurídicos e do formato tradicional por uma linguagem mais amigável foi aprovada pelos profissionais da empresa, conforme indicou uma pesquisa de satisfação com aprovação de cerca de 90% dos entrevistados.

“Em um país em que quase a metade da população não completou o ensino fundamental, o contrato visual, com redução de palavras, substituição de termos técnicos por linguagem simples e uso de figuras intuitivas, amplia o grau de compreensão do que está sendo pactuado e traz maior segurança jurídica”, completa Clarissa Brandão, especialista Jurídico da Anglo American.

Ao ser admitida como empregada da Anglo American, a assistente administrativa Jorgeane Junia da Silva surpreendeu-se positivamente. “Recebi o contrato para assinatura e fiquei impressionada com a simplicidade, imagens que interpretavam os tópicos do contrato, em linguagem simples e de fácil compreensão. Foi uma experiência muito interessante, diferente de todos os contratos que já havia assinado na minha vida profissional, declara.

Diante do sucesso da prática inovadora, o contrato visual está em avaliação para ser adotado em todo o grupo Anglo American no mundo. No Brasil, a empresa entrou em fase de ampliação da experiência, agregando a opção de áudio para facilitar o acesso ao documento por pessoas neurodiversas e com deficiência visual. Além disso, o áudio facilita a compreensão por todas as pessoas, já que representações alternativas (multissensoriais) de um conteúdo é comprovadamente mais eficaz no processo de aprendizagem humano.

A empresa ainda se organiza para replicar o modelo na celebração de contratos pelas áreas de inovação (com startups principalmente), de suprimentos (para contratos de baixa complexidade), de relacionamento com comunidades (para questões fundiárias) e de relacionamento com órgãos públicos.

Além disso, em Goiás, onde a Anglo American possui um negócio ligado à produção de níquel, o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) está sendo construído já no novo modelo, a pedido do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas de Barro Alto (SITIEB).

“Estamos muito satisfeitos com a remodelagem que está sendo feita no acordo coletivo. Esse modelo visual fará com que a categoria tenha mais entendimento sobre os seus direitos e deveres, de forma clara e objetiva. As ilustrações ajudam no entendimento das cláusulas. A Anglo American está de parabéns com essa iniciativa, que será boa para todos: empresa, sindicato e trabalhadores. Se já temos o melhor acordo coletivo do Brasil, agora teremos também o mais moderno”, afirma Cicero Joventino, presidente da entidade.

 

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