Rio Tinto, BHP e Fortescue disseram que até o momento não houve mudança em suas relações com os clientes chineses.

As gigantes globais da mineração, como Rio Tinto, BHP Billiton e Fortescue Metals Group estão atentas ao plano da China com o lançamento da estatal de minérios para centralizar as compras de minério de ferro. A iniciativa levantou dúvidas se a medida poderia atingir os resultados de gigantes da mineração global, como a australiana Rio Tinto e o Grupo BHP.

Exposta aos preços internacionais da matéria-prima siderúrgica, por ser grande importadora para atender sua demanda, a China Mineral Resources Group, lançada nesta terça-feira (19), com capital registrado de 20 bilhões de yuans (US$ 3 bilhões), está encarregada de investir em mineração de minerais, bem como atuar no comércio e compras, segundo o Tianyancha, um banco de dados online chinês de informações empresariais.

As companhias Rio Tinto, BHP e Fortescue Metals Group, se recusaram a comentar os planos, mas disseram que não houve mudança em suas relações com os clientes chineses.

A Fortescue fornece minério de ferro para clientes sob contratos de longo prazo, disse a presidente-executiva Elizabeth Gaines.

“Continuaremos a trabalhar em estreita colaboração com nossos clientes e outras partes interessadas importantes na China, para otimizar nossos canais de distribuição, atendendo as necessidades de nossos clientes de longa data e da indústria siderúrgica chinesa”, disse Gaines.

A China respondeu por 90% da receita da Fortescue no ano financeiro de 2021.

A nova empresa chinesa deve coordenar a aquisição de minério de ferro importado, desenvolver recursos domésticos de minério de ferro e supervisionar o desenvolvimento de minas no exterior, segundo informações do banco de dados.

A chinesa Caixin também disse este mês que o órgão centralizaria a demanda de minério de ferro.

No entanto, a história mostrou que planos de compras centralizadas de minério de ferro não funcionaram, disse a BHP, a terceira maior produtora de minério de ferro do mundo, que vende a maior parte de sua produção à China.

“No final das contas, acreditamos que os mercados decidirão onde o preço precisa ser baseado na oferta e na demanda”, disse o diretor financeiro David Lamont em um fórum de negócios em Melbourne, na Austrália.

A BHP liderou os esforços há mais de uma década para encerrar as negociações anuais de definição de preços do minério de ferro, em uma mudança para preços de mercado.

Ainda assim, uma abordagem centralizada das compras parece ter mais sucesso agora do que há duas décadas, disse o analista de commodities do Commonwealth Bank, Vivek Dhar.

“Isso se deve em grande parte à recente consolidação entre os produtores de aço estatais da China”, acrescentou.

O impacto das compras centralizadas nas principais mineradoras depende do objetivo final da agência, disse Glyn Lawcock, chefe de pesquisa de mineração da Barrenjoey.

“Os comentários dos últimos anos indicam claramente que a China não está satisfeita com os preços do minério de ferro acima de US$ 100 a tonelada”, disse Lawcock.

 

Por Reuters

 

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