Além de identificar o garimpo ilegal, o GIS pode otimizar a gestão dos processos, unificar informações e auxiliar na análise espacial para melhorias nas boas práticas.

A Imagem Geossistemas – empresa de São José dos Campos (SP), representante da Esri no Brasil, líder global em GIS, participou da Exposibram 2022, em Belo Horizonte (MG) na última semana. A empresa apresentou como a geotecnologia pode desde otimizar a gestão e unificar as informações, e, até mesmo, ajudar na prevenção e combate ao garimpo ilegal.

Segundo dados da ONG MapBiomas é possível avaliar que, entre 2010 e 2020, as áreas de garimpo triplicaram no Brasil, saltando de 38.400 para 107.000 hectares, um crescimento de 495%. Mas, em paralelo com o crescimento da demanda de extração legal, está o aumento da triste realidade dos garimpos clandestinos – mais comuns em áreas maiores que 50 hectares ou em terras indígenas, uma dos responsáveis pelo aumento do desmatamento, pela contaminação de rios e nascentes (principalmente pelo uso do mercúrio) e, ainda, coloca em risco a sobrevivência das comunidades locais ribeirinhas na região.

Essa realidade só aumenta no Brasil, e prova disso são os dados do relatório “Yanomami sob ataque”, que aponta um aumento de 46%, em 2021, na exploração ilegal em territórios Yanomami, em Roraima, norte do país. Os dados compilados pela HAY (Hutukara Associação Yanomami) foram divulgados em abril de 2022.

Diante deste cenário, os órgãos responsáveis e as empresas têm necessidade de monitorar a existência e o crescimento desses garimpos clandestinos. No entanto, essa tarefa não é simples e, na maioria dos casos, até inviável devido ao tamanho das áreas em que atuam ou por serem muitas áreas em diferentes estados. “Com o ArcGIS – tecnologia geoespacial mais utilizada no mundo –, imagens de satélite e o apoio na Inteligência Artificial, a ação contra saques é possível”, conta Daniel Candido, especialista em recursos naturais na Imagem Geosistemas.

A tecnologia também é utilizada para outros finalidades. Para grandes mineradoras, que são clientes da companhia, o GIS pode otimizar a gestão dos processos, unificar as informações, auxiliar na análise espacial para melhorias nas boas práticas, prever e prevenir acidentes em relação à mão de obra.

“Na era na Mineração 4.0, em que a robótica e automação tem ajudado a expandir a realização de atividades remotas, quanto mais o processo fica digital, automatizado, integrado, maior é a confiabilidade dos trabalhos realizados em áreas de risco, aumentando assim a segurança das operações”, conclui Candido.

Em entrevista à Revista Mineração & Sustentabilidade, o especialista Daniel Cândido falou sobre os benefícios da utilização da tecnologia no setor mineral.

Revista Mineração & Sustentabilidade Qual atuação da Imagem no mercado da mineração?

Daniel Cândido – O setor de mineração é bastante complexo com necessidades múltiplas em diversos setores, tais como: pesquisa, exploração mineral, meio-ambiente, gestão fundiária, manutenção de equipamentos, logística, ESG, relacionamento com a comunidade, entre outros. Neste sentido, a Imagem como distribuidora exclusiva da Esri no Brasil tem foco em disponibilizar as inúmeras ferramentas que compõem a plataforma ArcGIS para a resolução de problemas desta indústria.

A plataforma pode ser usada como base para a criação e manutenção de um banco de dados eficiente, apoiado na geolocalização. Dados coletados por meio de aplicativos de campo podem se unir a informações adquiridas em tempo real para compor uma estrutura eficiente e assertiva, capaz de dar agilidade às consultas, fornecendo subsídios para análises instantâneas.

Adicionalmente, a plataforma ArcGIS conta com recursos voltados a execução de algoritmos de inteligência artificial, os quais podem, por exemplo, utilizar imagens de satélite de diferentes datas para compreender padrões e projetar cenários futuros, aumentando a capacidade de conhecimento do território.

RM&S – Como funciona o sistema que identifica o garimpo ilegal?

DC – A nossa plataforma pode comparar imagens coletadas em diferentes datas, fazendo uma varredura automatizada em busca de eventuais diferenças, em uma técnica conhecida como detecção de mudanças.

As alterações no uso e ocupação do território são demarcadas no mapa, destacando pontos como desmatamentos, oscilações no nível de reservatórios, aumento na turbidez da água dos rios, entre outros aspectos. Com isso, é possível determinar possíveis pontos com a presença de garimpos não autorizados na área sob gestão das companhias.

RM&S – Além de identificar o garimpo ilegal, quais outros benefícios o sistema pode trazer para a mineração de maneira geral?

DC – Além da presença de garimpos, como o sistema se baseia na detecção de mudanças registradas no território, torna-se possível utilizá-lo para ampla gama de finalidades, incluindo monitoramento ambiental, crescimento de vegetação, acompanhamento do nível de corpos hídricos, detecção de desmatamentos, e expansão de frentes de lavras, entre outras possibilidades.

RM&S – Existe uma perspectiva do quanto essa tecnologia pode impactar o setor mineral?

DC – Por apresentar eficiência de mais de 90% na detecção de desmatamentos, esta tecnologia traz maior velocidade na identificação de invasões das propriedades, permitindo a tomada de ação de forma rápida e segura, uma vez que elimina os riscos relacionados a execução de inspeções in loco na busca de áreas com atividades não autorizadas, dando mais segurança ao time.

RM&S – Para onde as empresas estão olhando com mais cuidado? E como o sistema ArcGIS pode contribuir?

DC – Considerando que atualmente as empresas estão em busca de inovações tecnológicas que lhes permitam conciliar aumento na produtividade com respeito ao meio ambiente, a plataforma ArcGIS se mostra bastante apta a atender a tal necessidade, uma vez que possibilita a execução de uma gestão mais eficiente do território.

Neste sentido a Imagem tem buscado levar aos seus clientes o que há de mais moderno em relação à tecnologia GIS, para possibilitar que seus clientes alcancem um rápido retorno do investimento efetuado, dando todo suporte necessário para que o usuário do sistema consiga ter aprendizado e sucesso na utilização das ferramentas.

 

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