Presidente do Ibram, Raul Jungmann, ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, diretor de Coordenação, Fernando Azevedo e Silva, e o diretor de Relações Institucionais, Rinaldo Mancin - Foto Gustavo Magalhães/MRE.

Atuação do MRE junto a países compradores de ouro pode contribuir decisivamente para reduzir o comércio ilegal.

O envolvimento do Ministério de Relações Exteriores (MRE) no reforço ao combate à cadeia de produção e venda de ouro do garimpo ilegal ao exterior e, também, na promoção da Conferência Internacional Amazônia & Bioeconomia foram alguns dos temas da audiência dos dirigentes do Ibram – Mineração do Brasil com o ministro das Relações Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty, nesta quinta-feira (12/01), em Brasília.

A atuação do MRE junto a países compradores do ouro brasileiro, como a Suíça, pode contribuir decisivamente para reduzir espaços dos que agem ilegalmente. A proposta do Ibram é que o Itamaraty interceda sobre essa questão junto aos governos estrangeiros, por meio das embaixadas do Brasil, com o objetivo de aprimorar os instrumentos de controle da origem do ouro brasileiro.

“A comercialização de ouro ilegal alimenta uma aliança do crime no Brasil, que é responsável por parte da devastação que vemos na Amazônia, algo que o mundo está observando. Um dos países que mais compram ouro do Brasil é a Suíça. Recentemente, estive em Genebra para debater esta questão do comércio e sobre a adoção da certificação das importações do minério, com rastreamento da origem”, disse o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann.

Ele foi à audiência no Itamaraty acompanhado do diretor de Relações Institucionais, Rinaldo Mancin, e do diretor de Coordenação, Fernando Azevedo e Silva. Jungmann relatou ao ministro Mauro Vieira que o Ibram já conta com parceria de outros órgãos de governo e da sociedade civil para efetivar planos de ação contra o garimpo ilegal e a comercialização do ouro: Banco Central, Polícia Federal, Receita Federal, Ministério de Minas e Energia, Comissão de Valores Mobiliários, Instituto Escolhas, Instituto Socioambiental.

Assim como o tema do ouro ilegal está relacionado à Amazônia, a Conferência Internacional Amazônia & Bioeconomia, que o Ibram irá organizar em Belém (PA), em agosto, pretende ser um fórum para a formulação de propostas viáveis de desenvolvimento sustentável de longo prazo para aquela região, com base na expansão da bioeconomia.

Essas pautas, na avaliação do Ibram, geram repercussão internacional, estão relacionadas à imagem do Brasil no exterior e podem ser tratadas no âmbito do Ministério de Relações Exteriores. “Seria uma estratégia de sinalizar para o Brasil e o mundo que ações concretas estão sendo conduzidas para recuperar esse importante bioma e traçar um futuro calcado em boas práticas de sustentabilidade”, disse Jungmann.

Outros assuntos abordados foram a promoção da indústria da mineração brasileira em mercados estratégicos com o objetivo de atrair recursos para financiamento de projetos e investimentos no segmento, e também a prospecção de oportunidades para a mineração brasileira em outros países. Mauro Vieira agradeceu as sugestões apresentadas pela comitiva do Ibram e disse que as equipes do MRE irão analisar todos os pontos debatidos no encontro.

Plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia

A conferência internacional pretende atrair a participação de especialistas, além de representantes dos governos de vários países. Os dirigentes do Ibram solicitaram ao ministro apoio do MRE para:

• mobilizar atores internacionais para o evento;
• agendar reunião com a representação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), de modo a atrair a participação dos países da Bacia Amazônica à conferência;
• apoiar, por meio da rede de Embaixadas e Consulados brasileiros no exterior a promoção do evento, que ocorrerá em paralelo ao maior e mais tradicional evento da mineração da América Latina, a Exposibram.

Captação de recursos no exterior

Sendo a União a detentora do patrimônio mineral do país e a produção de minérios responsável pela geração de divisas fundamentais para a balança comercial, entre outras vantagens, a direção do Ibram solicitou ao MRE avaliar ações no exterior – junto a bolsas de valores e instituições financeiras – para promover o setor como destino para a captação de recursos para operações de financiamento e de investimento no Brasil.

Raul Jungmann também solicitou que o ministro Mauro Vieira analise ações do corpo diplomático na prospecção de oportunidades de negócio para mineradoras do Brasil em outros países, como Argentina, Perú, Chile, países africanos, entre outros.

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