A Glencore deverá pagar aproximadamente US$ 700 milhões pelos ativos na conclusão das operações.

A Glencore anunciou, nesta quinta-feira (27/04), acordos para assumir 45% da Mineração Rio do Norte (MRN), maior produtora e exportadora de bauxita do Brasil, através da aquisição de fatias de 40% da Vale e 5% da Norsk Hydro.

Em outra operação, a mineradora suíça também adquiriu uma participação de 30% na Alunorte, refinaria localizada em Barcarena (PA), controlada pela Hydro, que produz alumina a partir de bauxita fornecida principalmente pela MRN.

A fatia de 40% da Vale na mineradora de bauxita serão vendidos primeiro para a Ananke Alumina, uma afiliada da Hydro. Segundo informado pela Hydro, essa participação será imediatamente vendida à Glencore, com base em um acordo “back-to-back”.

A Hydro também repassará seus 5% na MRN para a Glencore, saindo totalmente do negócio. Com isso, a MRN, localizada no distrito de Porto de Trombetas, oeste do Estado do Pará, passa a ter a mineradora suíça como principal acionista, em grupo que inclui ainda South32 (33%), Rio Tinto (12%) e CBA (10%).

As transações terão um valor total de US$ 1,1 bilhão, que será ajustado em função da dívida líquida da Alunorte em 30 de Junho de 2023. A dívida líquida da Alunorte em 31 de Março de 2023 era de US$ 335 milhões.

“A aquisição das participações acionárias na Alunorte e na MRN fornece à Glencore exposição à alumina e bauxita de menor carbono, aumentando nossa capacidade de fornecer esse material crítico para a transição energética em andamento para nossos clientes”, disse em nota Robin Scheiner, head de Alumina e Alumínio da Glencore.

Para a Vale, o desinvestimento da produtora de bauxita, ainda sujeito a aprovações regulatórias, marca a conclusão de seu principal programa de desinvestimento, que envolveu a venda de mais de 10 ativos “non-core” em vários continentes desde 2019.

“Através desse programa, a Vale conseguiu simplificar e reduzir a exposição ao risco dos seus negócios, resultando na eliminação de despesas de até US$ 2 bilhões por ano”, disse a mineradora brasileira em comunidado.

Já a norueguesa Hydro atrai um parceiro importante para desenvolver os negócios da Alunorte, afirmou o CEO da empresa, Hilde Merete Aasheim.

“A Alunorte continua sendo um ativo estratégico fundamental para a Hydro e é uma fonte importante de fornecimento de alumina de baixo carbono para nossas fundições de alumínio primário”, avaliou Aasheim, em comunicado.

Maior refinaria de alumina fora da China, a Alunorte tem uma capacidade nominal anual de 6,3 milhões de toneladas do produto, que é matéria-prima para as operações de alumínio da Hydro pelo mundo.


Com informações da Reuters.

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