Em abril, a empresa anunciou a venda da unidade de níquel (GO) para avançar no plano estratégico de focar no alumínio. A operação já foi aprovada pelo CADE.

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) registrou um prejuízo de R$ 50 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23). O resultado foi impactado pela redução da receita líquida, que somou R$ 1,7 bilhão no período, uma queda de 29% na comparação com o 2T22, e de 13% em relação aos primeiros três meses de 2023, além de outros resultados operacionais.

O cenário seguiu desafiador para a indústria global de alumínio, refletindo os efeitos do preço médio do alumínio na LME (London Metal Exchange) de US$ 2.258/tonelada, um recuo de 21% em comparação ao 2T22. Em relação ao 1T23, o preço médio na LME caiu 6%, refletindo as preocupações com o cenário macroeconômico.

“A situação econômica global, apesar de estar dando sinais de melhora, ainda não despertou um sentimento de confiança no mercado. Aliada a isso, existe a expectativa de aumento de oferta na China, o que também trouxe um certo pessimismo frente a um cenário de demanda ainda em recuperação”, destacou a empresa em nota.

Vale ressaltar que, no 2T22, a LME estava impulsionada principalmente por questões macroeconômicas, como as incertezas sobre a Guerra entre Rússia e Ucrânia.

A receita líquida do negócio de alumínio da CBA atingiu R$ 1,6 bilhão no 2T23, o que representa uma redução de 31% em comparação ao 2T22, afetada, principalmente pela queda no preço médio do alumínio na LME, além da redução de 6% no volume vendido de alumínio.

De acordo com a companhia, apesar das incertezas de curto prazo, a demanda do mercado brasileiro segue consistente. No 2T23, as vendas de alumínio primário totalizaram 53 mil toneladas, mantendo-se estáveis em relação ao 1T23, entretanto, com leve piora do mix de vendas, em função da redução da proporção de produtos de valor agregado (VAP). Na comparação com o 2T22, houve queda de 3% no volume de vendas.

Apesar disso, segundo a CBA, a participação de VAP aumentou, com destaque para tarugos, produto destinado principalmente para o segmento de construção civil.

Ainda no segmento de alumínio primário, o crescimento do mercado de cabos de alumínio contribuiu para o aumento das vendas de vergalhões no 2T23. O bom desempenho do setor de transporte tem favorecido as vendas de lingote de alumínio-silício, utilizado nas rodas automotivas.

Houve uma redução nas vendas de lingotes em comparação com o mesmo período do ano anterior em decorrência da instabilidade operacional das salas-fornos. Nos últimos meses, a CBA concentrou esforços na recuperação operacional das Salas Fornos e já observa-se avanços importantes, após a adoção do novo blend de coque e piche.

Em julho, a companhia operou em condições próximas do nível normal e até outubro a empresa espera religar todos os fornos que foram desligados por conta da instabilidade.

Ajustes nos investimentos

O cronograma dos projetos de expansão da CBA será alongado, com alteração da conclusão prevista de alguns projetos em 2025 para 2027, sendo as principais postergações o restart da Sala Forno 1 e a modernização de tecnologia das Salas Fornos. Já os investimentos em reciclagem seguem conforme previsto, com a inauguração de uma linha de tratamento de sucata para 2023.

De acordo com a CBA, o ajuste no cronograma é em razão das iniciativas de readequação do cronograma dos projetos, que são plurianuais e possuem flexibilidade para serem revistos de acordo com a geração de caixa operacional e condições de mercado.

Em abril, a empresa anunciou a venda da unidade de níquel (GO) para avançar no plano estratégico de focar no alumínio. A operação já foi aprovada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Em relação à agenda ESG, a empresa realizou no 2T23 a 2ª edição do Diálogos CBA, com o tema descarbonização, quando foi anunciado o CEO da empresa, Luciano Alves, como porta-voz ODS-13, Ação contra Mudança Global do Clima, dentro do Programa Liderança com Impacto da Rede Brasil do Pacto Global da ONU. O objetivo é engajar lideranças empresariais para acelerar a implementação dos ODS até 2030.

Voltar