Empresa tem receita líquida de R$ 1,9 bilhão e prejuízo de R$ 263 milhões em comparação ao mesmo período do ano passado.

O cenário global do mercado de alumínio seguiu bastante desafiador no terceiro trimestre de 2023 (3T23), com reflexos nos resultados da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). A Companhia fechou o período com receita líquida consolidada de R$ 1,9 bilhão, redução de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior (3T22), e com receita do negócio de alumínio de R$1,8 bilhão no mesmo período (-19%).

Na comparação com o trimestre anterior (2T23), no entanto, a receita consolidada aumentou 12% e a receita do negócio do alumínio, 13%. Diante de resultados mais pressionados neste trimestre, a CBA registrou, ainda, prejuízo de R$ 263 milhões, ante um lucro líquido de R$ 100 milhões no 3T22 e um prejuízo líquido de R$ 50 milhões no 2T23.

Apesar da queda de 4% no preço médio do alumínio na LME — a média do período ficou em US$ 2.154/tonelada — e da apreciação do real em relação ao dólar em 5%, considerando o câmbio médio dos períodos, houve aumento no volume de vendas de alumínio (+13%). Em parte, contribui para esse avanço uma sinalização de melhora das condições econômicas no país e de uma leve sazonalidade no período.

Segundo a CBA, as vendas de alumínio primário totalizaram 67 mil toneladas, um aumento de 26% em relação ao 2T23, com maior participação de tarugos, produto destinado principalmente para o segmento de construção civil, e lingotes alumínio-silício, consumidos pelo setor automotivo na fabricação de rodas, reforçando o aquecimento desses setores. As vendas de lingotes, que passaram de 10 mil toneladas 2T23 para 21 mil toneladas no 3T23, atenderam à maior demanda sazonal do período.

O volume produzido de alumínio líquido no trimestre foi 4 mil toneladas superior ao registrado nos três meses anteriores, totalizando 84 mil toneladas. “As Salas Fornos já operam muito próximo da normalidade, em função da composição de um novo blend de coque e piche, e os fornos que tiveram instabilidade operacional nos meses anteriores já estão sendo religados. Houve aumento da produção no período, além de uma evolução bastante positiva dos KPIs operacionais, com redução dos custos fixos de 13% e custos variáveis em 17% em relação ao trimestre anterior”, destacou a empresa em nota.

Reciclagem

Neste trimestre, a CBA avançou em seu plano estratégico de aumentar a representatividade em reciclagem, com o início da operação da linha de tratamento de sucata da unidade Metalex, localizada em Araçariguama (SP), o que faz da companhia um importante player no segmento de transformação da sucata de alumínio na América Latina.

Com o investimento, a empresa anunciou o aumento da utilização de materiais reciclados na produção de tarugos, de 60% para 80% em sua composição, com sucata de obsolescência e pós-consumo, além de reduzir o consumo de bauxita, de energia e das emissões de CO2, o que representa a oferta de um tarugo mais sustentável.

Este é um dos investimentos anunciados no IPO (oferta pública inicial de ações) relacionados à reciclagem, que somam R$ 180 milhões, conforme já divulgado pela companhia, e que seguiu em execução em 2023, por estar em fase bastante avançada tanto do cronograma físico, quanto financeiro.

Nas frentes ESG, um dos destaques do trimestre foi a entrada da CBA, única Companhia no setor de Metals&Mining, na primeira carteira do Índice de Diversidade da B3 (IDIVERSA B3).

O novo índice reúne ações de 75 companhias listadas em diversos setores econômicos, que adotam as melhores práticas em relação à diversidade e buscam promover maior representatividade de grupos sub-representados no mercado.

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