A partir do cultivo sustentável da palma de óleo, o Grupo BBF investe na transição energética com produção de biocombustíveis e geração de energia.
A aplicação das fontes de energia alternativas aos combustíveis fósseis é crescente no Brasil, uma vez que o país possui uma das matrizes energéticas mais diversas do planeta.
Neste contexto, a partir de 2026, o Grupo BBF (Brasil BioFuels) vai fornecer Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e Diesel Verde para a Vibra Energia (antiga BR Distribuidora), em contrato de offtaker.
Usando o óleo de palma como matéria-prima, o refino será feito na primeira biorrefinaria do país a produzir esses biocombustíveis em escala industrial.
A previsão da empresa é de investir mais de R$ 2,2 bilhões na nova planta, que terá capacidade de produzir cerca de 500 milhões de litros dos biocombustíveis por ano.
Com um potencial de produção de óleo por hectare dez vezes maior do que a soja, o óleo de palma, também conhecido como dendê, tem uma estrutura química idêntica à dos combustíveis fósseis na cadeia de carbono, o que o torna altamente eficiente para produção de biocombustíveis de segunda geração.
Há 15 anos, o Grupo BBF cultiva a palma em regiões degradadas da Amazônia e utiliza o óleo de palma para a produção de biocombustíveis e geração de energia elétrica limpa para regiões isoladas.
Além disso, o cultivo da palma gera toneladas de biomassa, que atualmente são usadas para recomposição orgânica dos próprios palmares.
O CEO do Grupo BBF, Milton Steagall, lembra que a empresa surgiu com o propósito de mudar a matriz energética dos Sistemas Isolados no Norte do Brasil, além de criar empregos, gerar renda e reduzir o custo da eletricidade para a população a partir de uma matriz sustentável e limpa.
“Com o passar dos anos, foi possível estender a atuação para uma missão ainda maior, de contribuir para a transição energética do País, produzindo biocombustíveis também para outros fins. Isso nos consolida como a maior produtora de óleo de palma da América Latina”, afirma.
Atualmente, o Grupo BBF possui mais de 75 mil hectares cultivados com a palma de óleo nos estados do Pará e Roraima, com capacidade de produzir por ano mais de 200 mil toneladas de óleo de palma.
A empresa gera mais de 6 mil empregos diretos e 18 mil indiretos, além de incentivar mais de 450 agricultores familiares no estado do Pará. “Dizemos que o Grupo BBF atua da semente ao megawatt”, destaca o executivo.
Brasil pode ser líder na transição energética
Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o cultivo de palma de forma totalmente sustentável no Brasil tem o potencial de alcançar 31 milhões de hectares de áreas degradadas na região amazônica.
A legislação brasileira para o cultivo conta com o Decreto 7.172, estabelecido em 2010 pelo governo federal, e é considerada a mais rígida do mundo neste setor, pois permite que a palma seja cultivada apenas em áreas que foram desmatadas na região amazônica até dezembro de 2007.
“Com os 31 milhões de hectares disponíveis, temos a oportunidade de gerar 186 bilhões de litros de óleo de palma por ano, para utilização no desenvolvimento de biocombustível para atender, inclusive, o setor aéreo. Isso é mais do que é extraído pela Petrobras no nosso pré-sal, por isso, digo que temos um verdadeiro “pré-sal verde” no nosso país”, explica o CEO do Grupo BBF.