O diretor apresenta a segunda edição da publicação An Overview of Critical and Strategic Minerals Potential of Brazil | Crédito: Divulgação

O potencial brasileiro de produção de minerais fundamentais para a transição energética e segurança alimentar foi destaque na segunda edição da publicação “An Overview of Critical and Strategic Minerals Potential of Brazil – Uma Visão Geral do Potencial de Minerais Críticos do Brasil”, elaborada por especialistas em geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

O documento foi apresentado durante o maior evento mundial de prospecção mineral, o PDAC 2024 (Prospectors & Developers Association of Canada) e ressalta 14 commodities minerais consideradas estratégicas pelo Ministério de Minas e Energia (MME), incluindo alumínio, cobre, cromo, ouro, grafita, minerais de lítio, níquel, fosfato, platina, potássio, Elementos Terras Raras, tungstênio, urânio e zinco.

O diretor de geologia e recursos minerais do SGB, Valdir Silveira, lembrou a importância das informações geocientíficas consolidadas.

“Esses dados são cruciais para o setor produtivo e para formulação de políticas públicas, pois facilita o planejamento estratégico de uma cadeia global de fornecimento de minerais críticos e engloba mapas com a localização exata dos depósitos minerais”, afirmou.

Direcionadas aos profissionais do setor produtivo e, em especial, aos investidores, a publicação traz ainda detalhes sobre depósitos minerais, recursos disponíveis e potencial geológico de determinada província mineral, reforçando o documento como uma ferramenta essencial para promover a atração de investimentos para o setor mineral brasileiro.

A pesquisadora do SGB, Sulsiane Souza Gaia, reforçou a relevância do PDAC para a pesquisa mineral, mineração e desenvolvimento de projetos.

“Nesta edição, realçamos o potencial brasileiro em minerais críticos para a transição energética e segurança alimentar, apresentando dados detalhados e reafirmando a posição de liderança do Brasil no panorama internacional dos minerais críticos”, comentou.

Minerais críticos e estratégicos

Os termos “críticos” e “estratégicos” referem-se a minerais considerados essenciais para setores-chave da economia e da segurança de um país, que podem enfrentar desafios no abastecimento desses recursos. Muitas vezes, esses termos se sobrepõem.

Minerais críticos são aqueles cujo suprimento é considerado vital para o desenvolvimento econômico e tecnológico de um país, mas que enfrentam riscos significativos de escassez, devido a diversos fatores, como: geologia complexa, concentração da produção em poucos países, além de questões geopolíticas, ambientais, de substituição, de reciclagem, entre outros. Com isso, seus impactos na economia são maiores, em comparação com a maioria das outras matérias-primas.

Muitos países desenvolveram suas listas definindo os minerais críticos com o objetivo de orientar o investimento e priorizar a tomada de decisão para apoiar as cadeias de abastecimento. Os minerais considerados críticos podem mudar com o tempo, com base na oferta e na procura, no desenvolvimento tecnológico e na evolução das necessidades da sociedade.

Atualmente, alguns exemplos comumente reconhecidos de minerais críticos são lítio, níquel, cobalto, muitos Elementos Terras Raras, como neodímio e disprósio, entre outros.

Minerais Estratégicos são aqueles que desempenham um papel vital na segurança nacional e na capacidade de uma nação competir globalmente, em termos econômicos e tecnológicos. O acesso confiável a esses minerais é fundamental para manter a soberania e a competitividade.

Um exemplo é a segurança alimentar: a dependência excessiva de um pequeno número de fornecedores globais de fosfato pode representar riscos na segurança alimentar para países que dependem fortemente da importação desses recursos.

Ambos os conceitos refletem a necessidade de garantir um acesso estável a determinados recursos minerais cruciais para a prosperidade econômica e segurança de um país.

Missão brasileira

O SGB será representado no PDAC 2024 pelo diretor de Geologia e Recursos Minerais, Valdir Silveira; a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT), Alice Castilho; pela assessora da DGM Lúcia Travassos; pela chefe do Departamento de Recursos Minerais (DEREM), Maísa Abram; pelos coordenadores executivos da DGM Maurício Pavan, Izaac Cabral e Eduardo Duarte Marques; pelo gerente de Geologia e Recursos Minerais da Superintendência Regional de Goiânia (SUREG-GO), Jônatas de Sales Macedo Carneiro; pelo coordenador executivo do Departamento de Gestão Territorial da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DEGET), Raimundo Almir Costa da Conceição; pelos(as) pesquisadores(as) em geociências Sulsiene Machado de Souza Gaia, Michele Cunha Graça e Eduardo Moussalle Grissolia (DGM); pelo assessor de Assuntos Internacionais, Rafael Duarte; pela assessora parlamentar da Presidência Sabrina Soares de Araújo Góis; e pelo assessor da Presidência Marcio José Remédio.

Também participam da Missão Oficial Brasileira à Convenção PDAC 2024 representantes da Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB), do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, em Toronto (BCCC), e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), além das empresas patrocinadoras.

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