Estimativa é da ABiogás, que aposta em expansão ainda maior do biogás nos próximos anos para reduzir emissões de gases do efeito estufa. 

O ano de 2021 foi promissor para o biogás com a entrada de novos empreendimentos oriundos, principalmente, da indústria de cana-de-açúcar. De acordo com a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), o setor deverá fechar o ano com um crescimento de 30%, resultado da inauguração de novas usinas. Até 2030, a entidade prevê uma produção de 30 milhões m³/dia de biometano, e 3GW de capacidade instalada em geração elétrica a partir do biogás.

Os dados serão apresentados no VIII Fórum do Biogás, que acontecerá no dia 25 de novembro e terá como tema “Biogás do Futuro e o Futuro do Biogás”. O evento será realizado em formato presencial em São Paulo, com transmissão online pelo site: www.forumdobiogas.com.br

Serão três painéis com especialistas que vão falar sobre o papel do biogás na descarbonização de diversos setores, mostrando casos de sucesso que já são realidade hoje, o futuro do biogás no setor energético, avaliando as oportunidades que o biogás traz para a matriz energética brasileira. além de apresentar o Marco Legal do Biogás e do Biometano. O público presente terá acesso, ainda, a duas mesas-redondas sobre investimentos em biogás e mercado de carbono, além de toda a interação com os principais agentes do mercado de biogás.

O futuro do biogás

Para o presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, atingir a meta estipulada para 2030 será importante para ofertar ao país uma fonte alternativa de geração de energia renovável, necessária em meio à crise no setor energético, e com grande poder de redução nas emissões de gases do efeito estufa. “O biogás tem este potencial gigantesco, não explorado e que está sendo desperdiçado. Trata-se de um combustível avançado, carbono neutro, e que pode ajudar a descarbonizar as emissões de metano da agropecuária, em geral, e de tudo aquilo que é difícil de descarbonizar com uma simples eletrificação, como a indústria de aço, de cimento e química, por exemplo. O biogás é uma energia firme e despachável, que se encontra em fase inicial de desenvolvimento, e deverá crescer tanto quanto a solar e a eólica no Brasil”, argumenta.

Alessandro participou da COP 26, a conferência das Nações Unidas que reúne líderes globais até o dia 12 de novembro para discutir as ações que deverão ser feitas para frear o aquecimento global. Para o presidente da ABiogás, a expansão do gás natural renovável será fundamental no enfrentamento da crise climática. “O Brasil tem o maior potencial do mundo para a produção de biogás. Se todos os resíduos produzidos hoje pela agropecuária e pelo saneamento tivessem aproveitamento energético, poderíamos suprir 35% da demanda de energia elétrica e 70% do consumo de diesel no país”, afirmou.

Segundo o estudo da ABiogás, o potencial total do país – que ultrapassa a projeção para 2030 -, é de 120 milhões de m³ por dia, o que significa poder dobrar a produção de gás natural brasileira, por isso é chamado de “pré-sal caipira”. O setor sucroenergético representa quase 50% do potencial, seguido da cadeia de proteína animal, com 32%. Contudo, o setor de saneamento, que tem 6% do potencial, é o que deve se reverter em projetos de forma mais acelerada nos próximos anos.

Para a gerente executiva da ABiogás, Tamar Roitman, novas tecnologias estão impulsionando o biogás, no entanto, o energético ainda enfrenta desafios como a falta de políticas públicas direcionadas ao setor e de valorização dos atributos e externalidades associados ao biogás, que passam pela transformação de resíduos em novos insumos e produtos e vão muito além da produção de energia renovável. Veículos pesados movidos a gás ou biometano, por exemplo, que entraram recentemente no mercado brasileiro, estão ajudando a fomentar o mercado de biogás.  “O Brasil já tem produção nacional de veículos pesados a gás, e em breve teremos também tratores, colheitadeiras e outros equipamentos movidos a gás, que poderão ser abastecidos com o biometano produzido no próprio local de consumo”, comentou.

O futuro do biogás

Todos estes temas serão debatidos na oitava edição do Fórum do Biogás. Veja abaixo a programação e os palestrantes já confirmados. As inscrições estão abertas no site oficial do evento: www.forumdobiogas.com.br

10h – 11h30 – Painel 1: Biogás do futuro – o papel do biogás na descarbonização de diversos setores

Ricardo Gomes, gerente da Unilever
Lara Terra, coordenadora de Energia e Gás Natural na Yara Fertilizantes
Caio Mogyca, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios na Air Liquide

12h – 12h30 – Mesa-redonda – Mercado de Carbono Brasileiro

Juliana Falcão, coordenadora de Rede Clima da Indústria na Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Maria João Rolim, sócia no Rolim, Viotti, Goulart, Cardoso Advogados

14h – 15h30 – Painel 2: Futuro do biogás no setor energético

Heloísa Esteves, diretora de Petróleo e Gás na Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
Margarete Gandini, coordenadora Geral de Fiscalização de Regimes Automotivos no Ministério da Economia
Paula Campos, diretora-presidente da Agência Reguladora de Serviços do Estado de São Paulo (ARSESP)

16h – 17h – Mesa redonda – Por que investir em biogás?

Felipe Borschiver, analista financeiro do Lab
Talita Oliveira, Bureau Veritas

17h10 – 18h – Painel 3: Futuro do biogás – Marco Legal do Biogás e do Biometano

Deputado Danilo Fortes, presidente da Frente Parlamentar de Energia Renovável
Deputado Arnaldo Jardim, vice-presidente da Frente Parlamentar de Energia Renovável
Alessandro Gardemann, presidente da ABiogás
Newton Duarte, VP Executivo da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen)
Evandro Gussi, presidente da UNICA – União da Indústria da Cana-de-Açúcar.

 

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