Complexo solar Sol do Cerrado, em Jaíba (MG) | Crédito: Divulgação/Vale

Usinas hidrelétricas, eólicas e solares foram as fontes de energia renovável usadas nas operações da Vale no Brasil em 2023. Assim, a empresa atingiu a meta de ter 100% de consumo de energia elétrica renovável no país dois anos antes do prazo previsto, que era 2025.

A informação é destaque na edição mais recente do Relato Integrado, que traz ainda outros avanços ambientais, sociais e de diversidade da empresa.

A marca atingida também significa que a Vale zerou suas emissões indiretas de CO2 no Brasil, que correspondem ao escopo 2. A empresa ainda tem o desafio de alcançar 100% de consumo de energia renovável em suas operações globais até 2030. No momento, esse indicador está em 88,5%.

A diretora de energia e descarbonização, Ludmila Nascimento, ressaltou que, ao mesmo tempo em que a mineradora avança nas metas, ajuda a tornar a matriz energética do Brasil ainda mais limpa, contribuindo para a luta da sociedade contra as mudanças climáticas.

“Estamos anunciando um marco importante na estratégia de descarbonização da Vale, que busca reduzir em 33% suas emissões de CO2 de escopos 1 e 2 (diretos e indiretos) até 2030 e zerar suas emissões líquidas até 2050”, explica.

Para que a meta fosse atingida dois anos antes do prazo, foi fundamental a entrada em operação do complexo solar Sol do Cerrado, em novembro de 2022. Localizado em Jaíba (MG), o complexo representou um investimento de R$ 3 bilhões da Vale e é um dos maiores parques de energia solar da América Latina, com potência instalada de 766 Megawatts-pico, o equivalente ao consumo de uma cidade de 800 mil habitantes.

Em julho de 2023, o complexo atingiu sua capacidade máxima. Sua contribuição potencial é de cerca de 16% de toda a energia elétrica consumida pela Vale no Brasil.

O caminho rumo ao consumo 100% renovável começou a ser traçado pela Vale ainda na década de 1990, quando a empresa adquiriu suas primeiras usinas hidrelétricas.

Atualmente, a mineradora é suprida por um portfólio de energia renovável de 2,6 GW de capacidade instalada, o equivalente ao consumo de mais de 3 milhões de habitantes. São 14 ativos detidos por meio de participação direta e indireta em consórcios e empresas (dez usinas hidrelétricas, três eólicas e o Sol do Cerrado). Se fosse uma geradora de energia, a Vale seria a 15ª maior do país.

Em suas operações globais, a Vale também avança para chegar ao consumo de 100% de energia renovável até 2030. A empresa investe em parcerias em joint-ventures, certificados de geração renovável nos contratos (PPAs) e iniciativas de inovação para eficiência no uso de baterias.

Combustíveis alternativos e biocarbono

A Vale também divulgou os esforços realizados para reduzir as emissões diretas, relativas ao escopo 1.

Nas minas e ferrovias, onde hoje há um consumo intensivo de diesel (um combustível fóssil), a empresa estuda a adoção de combustíveis alternativos, como o etanol para caminhões e a amônia verde para locomotivas.

Já nos fornos de pelotização, a estratégia é a substituição de antracito, um tipo de carvão mineral, por biocarbono, feito a partir da carbonização da biomassa, de zero emissão.

No ano passado, a Vale assinou um acordo com a Wabtec para fornecimento de três locomotivas elétricas e o início de estudos para o desenvolvimento de um motor de locomotiva movido a amônia verde.

A empresa também produziu pela primeira vez uma pelota com 100% de biocarbono em um teste industrial.

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