Técnicas foram debatidas durante o CBMINA, entre os dias 1º e 3 de agosto.
O nono Congresso Brasileiro de Minas a Céu Aberto e Minas Subterrâneas (CBMINA), realizado entre os dias 1º e 3 de agosto, terminou com diversas discussões, principalmente no que se refere à gestão de barragens de mineração. De acordo com informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), no último dia especialistas apresentaram estudos e projetos em desenvolvimento, para tratamento e disposição de rejeitos minerais, durante o workshop “Gestão de barragens de rejeitos de mineração”.
De acordo com eles, esses subprodutos são usados em outras etapas do processo, por meio de técnicas que minimizam o uso de água, a transformação do material em pasta, o armazenamento em cavas, entre outras.
Conforme o Ibram, esses modelos de tratamento e disposição podem se tornar alternativas e ou complementos ao papel desempenhado pelas barragens que utilizam água. Durante a palestra, os especialistas defenderam que as barragens não podem ser totalmente criticadas pois, no Brasil, elas ainda são, por vezes, a solução para a viabilidade econômica de uma operação mineral no país ou em outra nação.
“Os países desenvolvidos e nossos concorrentes em mineração, como Canadá, Austrália e Chile, utilizam barragens para dispor os rejeitos minerais”, afirmou o sócio-diretor da empresa Geoconsultoria, Paulo César Abrão. Segundo ele, no Brasil não há proibição para implantar barragens de rejeitos minerais, mas há enorme dificuldade para obter licenciamento para novas unidades.
Outras formas
De acordo com o professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Romero César Gomes, as empresas estão em busca de “novas tecnologias” para dispor o subproduto, porém, será necessário conviver com as barragens por mais alguns anos.
Na opinião dele, outras técnicas que podem ser usadas são: o tratamento dos subprodutos por adensamento eletrocinético; a transformação em pasta; armazenamento em tubos geotêxteis (como no Canadá); disposição de rejeitos secos em baias de ressecamento; co-disposição e empilhamento drenado, como faz a companhia ArcellorMital que, segundo ele, não pretende mais construir barragens hidráulicas em suas operações minerais.
CBMINA
A nona edição do evento foi realizada no auditório da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte (MG). No total, participaram 309 congressistas do Brasil, Canadá e Colômbia.
O Congresso recebeu 135 trabalhos técnicos, dos quais, 93 foram aprovados pela comissão técnica. Os doze melhores trabalhos serão publicados na revista REM.
Com informações do Ibram.