Mercedes-Benz adapta tecnologia Powershift no câmbio de caminhões extrapesados.

Desde o mês de outubro, a Mercedes-Benz passou a oferecer no Brasil o câmbio totalmente automatizado para cami- nhões fora de estrada. A tecnologia, chamada Powershift, já existia nos rodoviários, mas foi adaptada para os mais robustos, como os caminhões extrapesados Axor 3344 e 4144. O novo câmbio foi apresentado a jornalistas em novembro, durante evento realizado em Campinas, no interior de São Paulo, onde estão localizadas a fábrica e uma pista de teste da empresa.

A ausência do pedal da embreagem não afeta o desempenho do veículo, que também conta com sensor de inclinação, reduzindo a chance de retorno nas arrancadas em terrenos íngremes. O dispositivo identifica a inclinação da rampa e seleciona a marcha mais adequada para cada situação: mais nas subidas íngremes e menos nas rampas leves. “O câmbio totalmente automatizado PowerShift não foi simplesmente transferido para os fora de estrada; após mais de um ano de testes e de aplicações nos setores minerário, canavieiro e madeireiro, ele foi adaptado para as reais necessidades desse tipo de veículo”, destaca o engenheiro de caminhões extrapesados da Mercedes-Benz, Hélio Ribeiro.

TECNOLOGIA

Além da adaptação, os caminhões fora de estrada da linha Axor também contam com três novas teclas, que auxiliam no desempenho do veículo. A Power Mode Off-Road fica acionada visando a um maior torque durante a operação. Caso seja necessário circular com o veículo em rodovias, basta desligá-la. A tecla de manobra ajuda na movimentação, permitindo, por meio do pedal acelerador, que o caminhão tenha um maior controle. Já o ajuste de EcoRoll coloca a transmissão do veículo, de forma segura e controlada, em neutro quando não há demanda de torque. A inovação dispensa a intervenção do motorista e contribui para a redução do consumo de combustível.

De acordo com Ribeiro, dos três principais mercados dos fora de estrada, canavieiro, madeireiro e minerário, este último apresenta particularidades em relação aos outros dois devido à agressividade que o trabalho demanda, impondo ao veículo a circulação em terrenos irregulares, com pedras e muita poeira. Por isso, alguns dos ajustes realizados foram pensados especificamente para esse setor. “Um item muito pedido foi o protetor de cárter. Nós tomamos o cuidado de atender tanto à aplicação da cana quanto à do minério. Afinal, as pedras e os cascalhos acabam danificando o radiador e o cárter”, detalhou.

O diretor de vendas e marketing de caminhões da Mercedes-Benz, Ari de Carvalho, completa, afirmando que os caminhões da linha Axor também apresentam outras características importantes para a mineração, como eixos traseiros e chassi robusto. Outros elementos novos são os estribos flexíveis e o filtro de ar posicionado na lateral superior da cabina, proporcionando ao veículo proteção contra avarias e eventuais quebras do filtro causadas por impactos com terreno acidentado, comuns nas operações fora de estrada. “O Axor off-Road é muito usado na mineração no Brasil. Estimamos que cerca de 1.200 caminhões do tipo estejam em operação nesse setor em todo o país”, informa.

Outra mudança realizada, segundo ele, foi a inserção na cabina do espelho frontal, que amplia o ângulo de visão do motorista, proporcionando-lhe mais segurança, principalmente durante manobras.

O recomendado para a mineração é o Axor 4144, pois ele apresenta estrutura mais forte, com molas apropriadas para aplicações em mineradoras, além de chassi reforçado.

O veículo tem a capacidade técnica de 41 toneladas e custa em média R$ 430 mil, enquanto o 3344 suporta 33 toneladas e vale em torno de R$ 400 mil.

De acordo com Ari de Carvalho, o lançamento segue o conceito Econfort, disponibilizado pela Mercedes em uma série de caminhões. A ideia dele é unir economia, conforto, força e desempenho para o transporte de carga.