Resultado positivo é confirmado pela empresa após vazamento que elevou as ações da empresa em 8,4% no Ibovespa.
A Usiminas divulgou oficialmente nesta quarta-feira (20), o balanço do 1T17, confirmando os dados positivos vazados no último dia 17 e que fizeram as ações PNA (Preferencial Nominativa Classe A) da empresa serem líderes nas altas do Ibovespa, com alta de 8,4%, fechando em R$ 4,01. Os dados divulgados pela Usiminas mostram que, depois de onze trimestres, a empresa voltou a registrar lucro líquido e alcançou um resultado de R$ 108 milhões no 1T17, em comparação ao prejuízo líquido de R$ 195 milhões no trimestre anterior.
Da mesma forma, o EBITDA Ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado nos três primeiros meses do ano atingiu R$ 533 milhões, o melhor resultado desde o 2T14. A margem de EBITDA Ajustado (representada pelo EBTIDA sobre a receita líquida) no período foi de 22,7%, mais do que o dobro do apurado no quarto trimestre de 2016, de 11,0%.
Segundo o presidente da Usiminas, Sergio Leite, os números refletem principalmente o melhor desempenho das atividades de siderurgia, que apresentaram incremento do volume de vendas e de preços, e uma série de medidas adotadas para ampliar a competitividade da companhia, como diminuição de custos, controle de despesas e priorização de investimentos.
“O balanço favorável do primeiro trimestre é fruto de um trabalho de equipe intenso focado na revitalização da companhia, que incluiu a reestruturação da sua configuração industrial e da sua capacidade produtiva, a redução de custos e o aumento do volume de vendas e preço”, reforça Leite.
Entre as ações de reestruturação, houve adequação da produção, com a paralisação das áreas primárias (coqueria, sinterização, altos-fornos e aciaria) da Usina de Cubatão. Atualmente, a Usina opera em um novo modelo de negócios, produzindo bobinas de aços laminados a quente, a frio e decapados, a partir de placas de terceiros.
A Usiminas registrou também no 1T17 um CAPEX de R$ 23,4 milhões, uma redução de 65,3% em relação ao último trimestre de 2016. Do total dos investimentos nesse período, aplicados principalmente em CAPEX de manutenção, foram destinados aproximadamente 77% à Unidade de Siderurgia, 11% à Mineração, 9% aos Bens de Capital e 3% à Transformação do Aço.
No 1T17 a Usiminas registrou, ainda, aumento de 11% da receita líquida, que subiu de R$ 2,12 bilhões no último trimestre de 2016 para R$ 2,35 bilhões entre janeiro e março deste ano. Como fatores decisivos para a alta, a empresa cita, além da performance da siderurgia, os maiores preços e volume de vendas apresentados pela Soluções Usiminas, subsidiária dedicada ao beneficiamento e distribuição do aço, assim como o aumento de preços do minério, com reflexos para a Mineração Usiminas.
Mesmo com uma queda de 2% no volume de vendas de minério no 1T17 na comparação com o quarto trimestre do ano passado, a receita líquida da dessa subsidiária cresceu 38% no período, passando de R$ 78,5 milhões para R$ 108,3 milhões. Esse resultado deve-se ao aumento de 33,7% nos preços da Mineração Usiminas, reflexo do aumento do PLATTS no mercado internacional. Dessa forma, o EBITDA Ajustado da MUSA teve uma recuperação de 115,4% frente ao 4T16, saltando de R$ 23,9 milhões para R$ 51,5 milhões. A margem de EBITDA Ajustado foi de 47,6% no 1T17, contra 30,5% no trimestre anterior.
O caixa da Usiminas foi também impactado positivamente no primeiro trimestre de 2017, passando de R$ 2,26 bilhões no 4T16 para R$ 2,42 bilhões, um crescimento de 7% que sinaliza o início da retomada da geração de caixa pela companhia.
“Além da geração de resultados, a preservação do caixa é um dos grandes desafios da Usiminas”, avalia o presidente Sergio Leite.
No 1T17, a produção de aço bruto foi de 737 mil toneladas, 5% menor do que a registrada no 4T16. Por outro lado, as vendas totais de aço no 1T17 somaram 930 mil toneladas, um incremento de 4% em relação ao trimestre imediatamente anterior, quando foram vendidas 891 mil toneladas. Do total comercializado no primeiro trimestre de 2017, 825 mil toneladas (89%) foram destinadas ao mercado interno, número estável na comparação com o 4T16. Já 105 mil toneladas (11%) foram exportadas, uma elevação de 48% frente ao 4T16, quando 71 mil toneladas foram enviadas ao mercado externo.
Já a Usiminas Mecânica teve sua receita líquida reduzida em 22,3% nos três primeiros meses de 2017, finalizando o trimestre em R$ 82,7 milhões, frente aos R$ 106,3 milhões registrados no 4T16. O motivo, segundo a Usiminas, foi a estagnação de projetos nos setores de infraestrutura no país, seu principal mercado consumidor. Apesar disso, o EBITDA Ajustado do 1T17 foi de R$ 4,2 milhões negativo, melhor que os R$ 7,5 milhões negativo no 4T16, devido à redução de despesas fixas no período. A margem de EBITDA Ajustado do 1T17 foi negativa em 5%, contra 7% negativa no 4T16.