Sindicato do setor observa que resultados estão em linha com as projeções de desaceleração e aposta em um segundo semestre melhor.
As vendas de cimento no mercado interno tiveram queda de 8,8% no primeiro semestre de 2017, em comparação ao mesmo período de 2016, totalizando 26 milhões de toneladas. Os dados foram apresentados pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic) nos resultados preliminares do ano. Em comparação a junho de 2016, a queda foi de 8,6%, com 4,5 milhões de toneladas vendidas em junho de 2017. Em 12 meses, as vendas acumuladas totalizaram 54,9 milhões de toneladas, 9,8% menor do que nos 12 meses anteriores (julho/15 a junho/16).
Os resultados foram um pouco melhores, segundo o sindicato, na comparação por dia útil, melhor indicador da indústria por considerar o número de dias trabalhados, que tem forte influência no consumo de cimento.
As vendas do produto no mercado interno em junho de 2017 apresentaram redução de 4,7% em relação a junho de 2016 e crescimento de 2,1% sobre maio de 2017.
Já o consumo aparente de cimento (vendas no mercado interno + importações) totalizou 4,5 milhões de toneladas em junho, com retração de 8,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Na comparação do acumulado nos últimos 12 meses (julho/16 a junho/17) a queda registrada no consumo aparente atingiu 9,7 % sobre igual período anterior (julho/15 a junho/16).
A expectativa do mercado, no entanto, é que o segundo semestre seja mais promissor. “Tradicionalmente, o consumo de cimento tem melhor desempenho no segundo semestre. Nossa estimativa é fecharmos o ano com queda acumulada entre 5% e 9%”, observa o presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna. Ele acredita que os resultados alcançados no primeiro semestre estão em linha com as projeções do SNIC e mostram claros sinais de desaceleração na trajetória de queda do consumo.
“A dramática situação da indústria, que desde 2014, último ano de crescimento, até junho de 2017 atingiu queda de 23% em sua demanda. Nesse mesmo período, o setor vem sofrendo impactos em seus importantes componentes de custos de produção e distribuição: combustíveis, energia elétrica e frete, já acumulam aumentos entre 20 e 40% em seus preços, além disso, a ociosidade impacta significativamente os custos fixos unitários. Na contramão desses aumentos, os preços do cimento, segundo dados pesquisados por diversas instituições, vêm apresentando queda”, finaliza.
Com informações da Ascom.